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Presidente argentino diz que não aceitará demissões de ministros

Alberto Fernández enfrenta crise política após ver derrota do governo durante as eleições primárias legislativas

Internacional|Do R7

O presidente argentino Alberto Fernández vive crise após derrotas nas primárias legislativas
O presidente argentino Alberto Fernández vive crise após derrotas nas primárias legislativas

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, tenta superar a grave crise que desencadeou as renúncias de cinco ministros, que ele ainda não aceitou, após a derrocada eleitoral da coalizão governista nas primárias legislativas há quatro dias.

“Venho informar oficialmente que o presidente da Nação, Alberto Fernández, não aceitou nenhuma das renúncias apresentadas e que todas elas, assim como a composição de seu gabinete, estão sob sua consideração e relatará no momento em que tiver que relatá-los", Vilma Ibarra, secretária de Assuntos Jurídicos da presidência, disse na quinta-feira (16) em resposta a rumores sobre a saída do ministro do Interior, Wado de Pedro.

Cinco ministros e outros altos funcionários próximos a Kirchner colocaram seus cargos à disposição na quarta-feira (15), o que os analistas interpretam como uma pressão da vice-presidenta sobre Fernández para obrigá-lo a reformar o gabinete e se afastar de alguns de seus colaboradores de maior confiança, como o chefe de gabinete Santiago Cafiero.

"Eu ouvi meu povo"


Em suas primeiras declarações nesta quinta-feira, Fernández pediu o fim dos conflitos e ressaltou que é ele quem está à frente do governo.

"Nós temos que dar respostas honrando o compromisso assumido em dezembro de 2019 [quando assumiu a presidência], nos dirigindo à sociedade. Não é a hora de semear disputas que nos desviem desse caminho", escreveu o presidente no Twitter.


"Eu ouvi meu povo. A arrogância e a prepotência não me abalam. A gestão do governo continuará se desenvolvendo do modo que eu considerar conveniente. Para isso que eu fui eleito. Farei isso sempre convocando o encontro entre os argentinos", acrescentou.

Em recessão desde 2018, a Argentina enfrenta uma crise econômica que foi agravada pela pandemia de covid-19. Para amenizar os efeitos da paralisação da economia pelas restrições sanitárias, o governo realizou muitas emissões de dinheiro, especialmente em 2020.


Nesta quinta-feira, no centro de Buenos Aires, grupos de esquerda mobilizaram manifestantes exigindo maiores subsídios para refeitórios e alimentação, e rejeitam um eventual acordo com o Fundo Monetário Internacional.

Outras organizações de tendência peronista convocaram uma manifestação em frente à Casa Rosada, a sede do governo, em apoio a Fernández. Mas, na tentativa de reduzir as tensões, o presidente pediu que se abstivessem.

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"Queremos trabalhar"

Aos elevados índices de pobreza e desemprego, a Argentina soma uma das maiores taxas de inflação do mundo (32% de janeiro a agosto) e tem pendente uma dívida de 44 bilhões de dólares com o FMI (Fundo Monetário Internacional).

“Não sou nem a favor nem contra o governo. Quero que as coisas sejam feitas. Queremos trabalhar, queremos fábricas”, disse Gisela, moradora da zona sul de Buenos Aires, na manifestação.

Em 22 de setembro, deve pagar ao FMI um vencimento de capital de 1,9 bilhão de dólares e em dezembro outro de mesma quantia.

O governo Fernández tenta chegar a um acordo de ampliação das instalações para substituir o stand-by assinado em 2018. Gerry Rice, porta-voz do FMI, ratificou nesta quinta-feira em Washington que "continua o trabalho com as autoridades argentinas para aprofundar as discussões técnicas para um programa apoiado pelo FMI".

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