Presidente da Turquia pede que Rússia deixe combates na Síria
Tayyip Erdogan disse que em telefonema a Vladimir Putin pediu que a Rússia deixasse os combates na Síria e "ficasse fora do caminho"
Internacional|Do R7, com Reuters
O presidente turco Tayyip Erdogan pediu neste sábado (29) que pediu ao presidente russo Vladimir Putin para deixar a Síria e permitir que a Turquia assuma as forças do governo sírio após a morte de 34 soldados turcos nesta semana.
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As forças do governo, apoiadas pelo poder aéreo russo, estão realizando um grande ataque para capturar a província de Idlib, parte do último território deixado pelos rebeldes apoiados pela Turquia.
No sábado, aviões de guerra sírios e russos continuaram ataques aéreos sobre a cidade de Saraqeb, informou o Observatório Sírio. A cidade estratégica está localizada em uma importante rodovia internacional e tem sido um dos pontos de ignição dos combates nos últimos dias.
Os ataques turcos com drones e mísseis inteligentes que atingiram o quartel-general do Hezbollah perto de Saraqeb na sexta-feira mataram nove militantes e feriram outros 30. Este é um dos ataques mais sangrentos contra o grupo apoiado pelo Irã na Síria, de acordo com um comandante da aliança regional que apóia Damasco.
O Observatório Sírio disse que 48 tropas pró-Damasco foram mortas por ataques turcos nas últimas 24 horas.
Mesmo com as forças diplomáticas de Ancara e Moscou tentando aliviar as tensões, a Turquia chegou mais perto do que nunca a um confronto com a Rússia no campo de batalha.
Erdogan disse que pediu a Putin em um telefonema para ficar fora do caminho e deixar a Turquia "fazer o que fosse necessário" com o governo sírio. Ele também disse que a Turquia não tem intenção de deixar a Síria neste momento.
“Não fomos para lá porque fomos convidados pelo presidente sírio Bashar al-Assad. Fomos para lá porque fomos convidados pelo povo da Síria. Não temos intenção de partir antes que o povo da Síria diga: 'Ok, isso acabou' ”, acrescentou Erdogan.
A medida que as tensões aumentavam, a Rússia e a Turquia mantiveram três rodadas de negociações, as duas primeiras não resultando em um cessar-fogo.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse neste sábado (29) que os dois lados concordaram nas negociações desta semana em reduzir as tensões em Idlib enquanto as operações militares continuavam.
Mas o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, disse a repórteres em Doha que a questão do Idlib só pode ser resolvida em uma reunião entre Erdogan e Putin, afirmando que acontecerá nos dias 5 ou 6 de março.