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Presidente do Uruguai demite ministro e comandante do Exército

Tabaré Vázquez tomou a decisão depois de vir a público que houve omissões na confissão de um ex-militar envolvido em desaparecimentos na ditadura

Internacional|Da EFE

Tabaré (esq.) demitiu ministro da Defesa (dir.) por omissões em caso da ditadura
Tabaré (esq.) demitiu ministro da Defesa (dir.) por omissões em caso da ditadura

O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, demitiu o ministro de Defesa, Jorge Menéndez, e o chefe do Exército, José González, nesta segunda-feira (1), por omissões em uma confissão de um crime de um ex-militar condenado em um caso relacionado com o desaparecimento e a morte de um guerrilheiro em 1973.

Vázquez também demitiu o subsecretário de Defesa, Daniel Montiel, e dois integrantes do Tribunal de Honra do Exército que julgaram a ação de José Nino Gavazzo e Jorge Silveira.

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As demissões ocorreram depois de o jornal El Observador ter divulgado atas do Tribunal de Honra que incluíam uma nova confissão de Gavazzo.


Exército não puniu militares que confessaram mortes

No documento, ele admite ter jogado no Rio Negro o corpo do guerrilheiro Roberto Gomensoro.


Além disso, o jornal afirmou que Silveira declarou que Gavazzo foi responsável pela morte de Gomensoro e pelo desaparecimento de Maria Claudia García de Gelman.

Os documentos revelados pelo El Observador afirmam que, apesar das confissões e acusações, os generais do Exército do Uruguai entenderam que os acusados não afetaram a honra da instituição.


Atas com omissões foram assinadas pelo presidente

As atas foram assinadas pelo próprio Vázquez. Também consta no documento a assinatura de Daniel Montiel, que na época exercia interinamente o cargo de ministro da Defesa porque Jorge Menéndez estava em licença médica.

Segundo o jornal, Vázquez ficou muito incomodado por não ter sido alertado sobre o conteúdo das atas e a confissão de Gavazzo.

Chama a atenção o curto período de tempo no qual González, um dos três integrantes do Tribunal de Honra que participaram da decisão, permaneceu no comando do Exército. Ele havia sido indicado para o cargo pelo presidente uruguaio no mês passado.

Gavazzo, Silveira e outros ex-militares já foram condenados por outros crimes cometidos durante a ditadura no Uruguai.

Em fevereiro, a Promotoria Especializada em Crimes Contra a Humanidade pediu a prisão de Gavazzo, Silveira e outros três ex-militares por crimes ligados à privação da liberdade, a supressão do estado civil e o abandono de duas crianças entre 1973 e 1985.

Hoje, a promotoria do Uruguai abriu uma investigação para apurar a possível omissão da confissão de Gavazzo.

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