Senador de centro-direita, Rodrigo Paz é eleito presidente da Bolívia, diz resultado preliminar
Resultado marca fim do domínio de 20 anos da esquerda de Evo Morales no país; Paz é filho de um ex-presidente boliviano
Internacional|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
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O senador de centro-direita Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão, foi eleito presidente da Bolívia neste domingo (19), apontam os resultados preliminares oficiais do segundo turno.
Segundo o Órgão Eleitoral Plurinacional, Paz obteve 54,58% dos votos válidos, contra 45,42% do ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, também de direita.
O resultado, de acordo com as autoridades locais, é considerado “irreversível”. O resultado oficial deve ser anunciado em até sete dias.
Nenhum candidato conseguiu mais de 50% dos votos na primeira rodada, realizada em 17 de agosto. O resultado representou uma derrota histórica para o Movimento ao Socialismo (MAS), partido de esquerda fundado por Evo Morales, que dominou a política boliviana por quase duas décadas.
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Cenário
Paz, de 58 anos, é filho de um ex-presidente e tem como vice Edman Lara, ex-capitão da polícia e influenciador digital que mobilizou o eleitorado mais jovem.
Ele defende a descentralização administrativa e o estímulo ao setor privado, sem abrir mão de programas sociais.
A economia fragilizada foi a principal preocupação dos eleitores neste pleito. As exportações de gás natural, principal fonte de receita do país, despencaram nos últimos anos.
A inflação atingiu o maior nível em décadas, e há escassez de combustíveis e dólares. O novo presidente, que tomará posse em 8 de novembro, herdará a pior crise econômica desde o início dos governos do MAS em 2005.
Ambos os candidatos sinalizaram que pretendem reaproximar a Bolívia dos Estados Unidos, após quase duas décadas de alinhamento com Rússia, China e Irã.
“Queremos reconstruir pontes com todos os parceiros internacionais, sem ideologia”, declarou Paz em entrevista recente.
O resultado eleitoral também pode definir o futuro do setor de lítio, considerado estratégico para a economia boliviana. O país abriga as maiores reservas conhecidas do metal, essencial para a produção de baterias, mas enfrenta dificuldades para explorar o potencial comercial.
Projetos com empresas russas e chinesas seguem paralisados no Legislativo devido a disputas políticas internas. Investidores esperam que o próximo governo flexibilize as regras e amplie o acesso às reservas ainda pouco exploradas.
Mudanças
O Tribunal Supremo Eleitoral do país implementou um novo sistema de apuração após as denúncias de fraude que provocaram a queda de Evo Morales em 2019.
As atas de votação serão fotografadas nas seções eleitorais e transmitidas diretamente aos centros de apuração. Observadores da União Europeia e da Organização dos Estados Americanos acompanharão o processo.
O segundo turno encerra um ciclo político que marcou a história recente da Bolívia. Com o declínio do MAS e a ascensão de duas candidaturas reformistas, o país se prepara para uma nova etapa em meio à instabilidade econômica e ao retorno da direita ao centro do poder.
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