Presidente turco reforça apoio ao Azerbaijão em conflito com Armênia
Erdogan, no entanto, afirmou que país aliado resolverá confronto na região separatista de Nagorno Karabakh 'por conta própria'
Internacional|Da EFE
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, enfatizou nesta segunda-feira (28) seu total apoio ao Azerbaijão no confronto com a Armênia pela região separatista de Nagorno Karabakh, enfatizando que Baku "chegou ao ponto de resolver o conflito por conta própria".
"Eu condeno a Armênia, que ontem atacou o território azeri. A Turquia está com todo o seu coração e capacidade do lado do Azerbaijão", disse Erdogan em Ancara, em discurso transmitido ao vivo pela emissora NTV.
Na opinião do mandatário turco, "a Armênia deveria abandonar imediatamente o território ocupado, isto levaria à paz, pois qualquer outra opção seria continuar a impactar a Armênia".
Segundo Erdogan, o mundo aceita que a região de Nagorno Karabakh, controlada de fato pela Armênia desde 1994, é território do Azerbaijão.
Erdogan lembrou que o conflito deslocou um milhão de trabalhadores siderúrgicos e acusou o Grupo de Minsk, liderado por Rússia, Estados Unidos e França, de "não só não resolver o problema em 30 anos, mas de fazer todo o possível para não resolvê-lo".
"Agora, o Azerbaijão, querendo ou não, foi obrigado a dizer que chegou a hora de acertar contas e resolver o problema por conta própria", acrescentou.
O presidente turco repercutiu os rumores de que a Turquia teria enviado armas, militares ou até mesmo mercenários ao Azerbaijão para apoiar a ofensiva, mas sem confirmá-los ou negá-los.
"Eles nos ameaçam. Dizem que a Turquia está lá, que há soldados turcos lá, que enviamos armas. São os mesmos que enviaram caminhões com armas para a Síria", disse Erdogan, referindo-se ao apoio dos Estados Unidos às milícias curdo-sírias que enfrentam a Turquia.
O ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, disse nesta segunda-feira que "a Armênia deve cessar seus ataques imediatamente e enviar de volta os mercenários e terroristas que vieram do exterior", sem especificar a quem ele se referia.
"Onde estiveram por 30 anos aqueles que agora pedem um cessar-fogo imediato, diálogo e formas pacíficas. Hoje estaremos com nossos irmãos azeris na defesa de suas terras", perguntou Akar em um discurso transmitido pela NTV.