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Preso no Brasil, acusado de crimes na ditadura chega à Argentina

Gonzalo Sánchez fazia parte de força-tarefa de torturadores e também teve participação nos chamados 'voos da morte'

Internacional|Da EFE

Gonzalo Sánchez, El Chispa, responderá por assassinato e tortura na Argentina
Gonzalo Sánchez, El Chispa, responderá por assassinato e tortura na Argentina Gonzalo Sánchez, El Chispa, responderá por assassinato e tortura na Argentina

Preso na semana passada pela Polícia Federal em Paraty (RJ) e extraditado pelo Brasil, o ex-oficial da Marinha da Argentina Gonzalo Sánchez, 69, acusado de cometer torturas e assassinatos no último período de ditadura no país vizinho (1976-1983), chegou nesta quinta-feira (14) em Buenos Aires, onde responderá à Justiça.

Sánchez era um dos membros da equipe de operações da Escola de Mecânica da Marinha (Esma), onde funcionava o maior centro de prisões ilegais da Argentina durante a ditadura, e estava sendo investigado por diversos crimes, incluindo o sequestro do jornalista e escritor argentino Rodolfo Walsh.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Argentina, ele será processado por crimes contra a humanidade.

O ex-militar chegou no país natal através de Puerto Iguazú, na Tríplice Fronteira com Foz do Iguaçu (PR) e Ciudad del Este (Paraguai), onde as autoridades brasileiras o entregaram com um relatório médico e após submetê-lo ao exame para detecção de covid-19.

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Posteriormente, Sánchez, de 69 anos, foi levado a Buenos Aires, onde ficará preso provisoriamente na Superintendência Federal de Investigação, no bairro de Villa Lugano.

O ex-oficial da Marinha era fugitivo das investigações sobre os crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura argentina. A Força Tarefa da qual Sanchez fazia parte também foi responsável pelos chamados "voos da morte", nos quais pessoas sequestradas eram jogadas de aviões nas águas do oceano Atlântico.

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Torturador foi preso em Paraty

O repressor foi preso em 8 de maio em um sítio em Paraty, no litoral sul do estado do Rio de Janeiro, atendendo a um pedido da Interpol. Sánchez estava acompanhado de um dos dois filhos, não resistiu à prisão e foi encaminhado à delegacia da Polícia Federal na vizinha Angra dos Reis, segundo um comunicado da corporação.

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A Argentina havia solicitado a extradição do ex-militar em 2011, porque Sánchez seria investigado no caso de crimes cometidos na Esma e outros envolvendo o sequestro e assassinato de Rodolfo Walsh e Dagmar Ingrid Hagelin, cujos corpos nunca foram encontrados.

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Walsh, que era membro da organização guerrilheira Montoneros, escreveu peças como "Operación Masacre" e "¿Quién mató a Rosendo?", e textos como "Carta abierta de un escritor a la Junta Militar", escritos pouco antes de desaparecer, vítima do terrorismo de Estado.

Sánchez já havia sido detido em 2013 em Angra dos Reis, como medida para atender ao pedido de extradição. Na época, ele alegou que trabalhava em um estaleiro como engenheiro naval e havia morado em outras cidades brasileiras. Porém, três anos depois, foi colocado em prisão domiciliar por uma decisão judicial.

Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição do argentino, que desde então estava foragido. No dia 29 de janeiro deste ano, o ministro Luiz Fux expediu um novo mandado de prisão para fins de extradição.

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