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Primeiro-ministro do Sri Lanka toma posse para substituir presidente que fugiu

Ranil Wickremesinghe assume o cargo como interino até as eleições de um novo líder, na próxima quarta-feira (20)

Internacional|

Primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe assume a presidência interina do país
Primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe assume a presidência interina do país Primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe assume a presidência interina do país

O primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, assumiu nesta sexta-feira (15) como presidente interino, para substituir o presidente demissionário, Gotabaya Rajapaksa, conforme previsto na Constituição.

A renúncia de Rajapaksa foi aceita pelo Parlamento depois de ele fugir do país em meio a protestos pela crise econômica que abala a ilha ao sul da Índia.

"Gotabaya renunciou legalmente" nesta quinta-feira (14), disse à imprensa, nesta sexta, o presidente do Legislativo, Mahinda Yapa Abeywardana.

Rajapaksa, cuja residência oficial foi invadida por manifestantes no sábado (9), anunciou sua renúncia nesta quinta-feira em Singapura, aonde chegou depois de fugir do Sri Lanka para as Maldivas, um dia antes. Ele é o primeiro chefe de Estado a renunciar desde que seu país optou por um regime presidencial, o que se deu em 1978.

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Wickremesinghe, de 73 anos, foi empossado pelo presidente do Supremo Tribunal, Jayantha Jayasuriya, disse o gabinete do primeiro-ministro em comunicado.

Por sua vez, o Parlamento do Sri Lanka elegerá um novo presidente na próxima quarta-feira (20), para completar o mandato até novembro de 2024, segundo o chefe legislativo.

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De acordo com um comunicado de seu gabinete, as indicações podem ser apresentadas até a terça-feira (19) e os deputados devem votar em um novo chefe de Estado na quarta-feira.

Na capital, Colombo, sob toque de recolher, uma pequena multidão dançava e cantava para expressar sua alegria em frente à Secretaria Presidencial, após o anúncio da renúncia de Rajapaksa.

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"É uma vitória monumental", disse Harinda Fonseka, uma das manifestantes. "Mas este é apenas um primeiro passo", acrescentou.

Possível candidatura

Muitos manifestantes consideram Wickremesinghe um cúmplice de Rajapaksa e pedem sua renúncia. Na quarta-feira (13), o escritório do primeiro-ministro foi invadido durante protestos.

Mas parece que Wickremesinghe se prepara para concorrer ao cargo. O partido SLPP, do clã Rajapaksa, que continua com a maioria no Parlamento, anunciou nesta sexta-feira que não apresentará um candidato para apoiar Wickremesinghe.

Em um discurso ao país, o presidente interino avisou aos manifestantes que a polícia continuaria mantendo a ordem.

"Nós nos comprometemos a preservar a democracia", disse ele. "Existe uma grande diferença entre manifestantes e desordeiros. Os desordeiros serão tratados de acordo com a lei."

Wickremesinghe acrescentou que 24 soldados ficaram feridos, dois deles gravemente, na tentativa de ataque ao Parlamento por manifestantes.

A grave crise econômica levou o Sri Lanka a não pagar sua dívida externa de 51 bilhões de dólares (cerca de R$ 275 bilhões). O país está em negociações com o FMI (Fundo Monetário Internacional) para um acordo de resgate.

Mas as negociações culminaram na turbulência política. Um porta-voz do FMI disse na quinta-feira que o fundo monetário esperava que a questão fosse resolvida antes de serem retomadas as negociações.

A ilha está ficando sem combustível, o que levou o governo a ordenar o fechamento de escritórios e escolas não essenciais para reduzir o transporte.

"Visita privada" a Singapura

Como presidente, Gotabaya Rajapaksa gozava de imunidade e decidiu que teria que ir para o exterior antes de renunciar para evitar a prisão.

O ex-presidente das Maldivas Mohamed Nasheed teria participado nos bastidores de sua saída do Sri Lanka, após avisar que Rajapaksa seria assassinado se permanecesse lá.

Segundo fontes diplomáticas, os Estados Unidos lhe negaram o visto porque ele renunciou à cidadania americana em 2019, antes de concorrer à Presidência.

Singapura não será seu destino final, já que a cidade-Estado especificou que Rajapaksa estava lá em uma visita particular e "não pediu asilo".

Fontes próximas às autoridades de segurança do Sri Lanka acreditam que ele ficará em Singapura por um tempo antes de se mudar para os Emirados Árabes Unidos.

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