Viktor Orban, primeiro-ministro da Hungria
Bernadett Szabo/Reuters - 17.4.2020O primeiro-ministro nacionalista húngaro, Viktor Orban, acusou a União Europeia neste domingo (23) de "atirar" contra seu país, tendo adotado uma série de sanções contra a Rússia, que o governo descreve como uma "bomba" contra a economia.
"Não vamos nos preocupar com aqueles que atiram na Hungria das sombras, em algum lugar nas torres de vigia de Bruxelas", disse ele em um discurso em Zalaegerszeg por ocasião do feriado nacional que comemora a revolta húngara de 1956 contra a União Soviética.
"Eles vão acabar onde seus antecessores terminaram", acrescentou, prevendo que a União Europeia sofrerá um destino semelhante ao do bloco soviético que entrou em colapso entre 1989 e 1991.
O discurso ecoou o lançamento do governo em meados de setembro de uma "consulta nacional" sobre as sanções europeias impostas contra Moscou.
Orban critica repetidamente essas sanções, embora tenha votado nelas junto com seus parceiros.
Tanto na capital, Budapeste, como no resto do país, foram colocados cartazes com o desenho de um míssil e que diziam: "As sanções de Bruxelas nos arruínam".
O primeiro-ministro salientou que o seu "governo forte e unido" vai superar os muitos desafios que se avizinham, incluindo uma "guerra à nossa porta, a crise financeira e recessão econômica na UE, a invasão de migrantes no sul (...) ".
Desde o início do conflito na Ucrânia, a Hungria — que depende fortemente das importações russas de hidrocarbonetos — tenta manter boas relações com o Kremlin.