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Príncipe Charles recebeu 1 milhão de euros em mala, diz jornal

Dinheiro, em espécie, foi dado pelo xeque do Catar Al Thani, e teria sido usado como doação para organizações beneficentes comandadas pelo filho da rainha Elizabeth 2ª

Internacional|Do R7

Príncipe Charles posa ao lado da mãe, a rainha
Príncipe Charles posa ao lado da mãe, a rainha

O príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, aceitou 1 milhão de euros (R$ 5,51 milhões) contidos em uma bolsa do xeque do Catar Hamad bin Jassim bin Jaber Al Thani, além de outras doações em dinheiro que o ex-primeiro-ministro da nação árabe teria feito para organizações beneficentes do filho da rainha Elizabeth 2ª.

A informação foi publicada neste domingo (26) nas páginas do jornal britânico The Sunday Times. Segundo o veículo de imprensa, Charles recebeu, entre 2011 e 2015, através das organizações, 3 milhões de euros (R$ 16,5 milhões) de Al Thani, que foi premiê do Catar entre 2007 e 2013 e ministro das Relações Exteriores do reino de 1992 a 2013.

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Em uma das ocasiões, o xeque entregou ao príncipe britânico 1 milhão de euros em uma bolsa vendida pela loja de artigos de luxo Fortnum & Mason.

Em outra ocasião, o príncipe herdeiro aceitou uma mala de viagem com o mesmo montante, durante uma reunião privada que ocorreu na residência de Clarence House, em Londres, conforme publicou o Sunday Times.


Um porta-voz da Coroa declarou ao jornal que o dinheiro "foi repassado de maneira imediata" a uma das organizações beneficentes do filho de Elizabeth 2ª. O príncipe, por sua vez, teria aplicado os procedimentos de governança previstos e garante que foram seguidos "os processos corretos".

Segundo o Sunday Times, após receber a maleta com 1 milhão de euros, Charles a entregou a assessores, que "contaram o dinheiro à mão". Os funcionários entregaram o montante à entidade bancária Coutts, responsável pelo patrimônio da monarquia, onde foi feito o depósito nas contas do Fundo Beneficente do Príncipe de Gales, que gere projetos do herdeiro do trono.


O jornal afirma ainda que as reuniões de Charles com o xeque catariano não aparecem na agenda oficial dos membros da realeza. Além disso, o Sunday Times lembra que as normas reais estabelecem que os integrantes da família podem aceitar cheques em nome de organizações beneficentes, mas não há menção sobre dinheiro em espécie.

O presidente do Fundo Beneficente do Príncipe de Gales, Ian Cheshire, confirmou ao jornal que a direção da época aprovou a doação que estava na mala. "Verificamos esse evento do passado e confirmamos que os gestores analisaram a governança e a relação do doador, e nossos auditores confirmaram a doação", explicou.


Uma porta-voz da Coutts garantiu que há "políticas e controles sólidos" para "avaliar a fonte, a natureza e o propósito das grandes e pouco usuais transações", e que, em particular, o recebimento de pagamentos em dinheiro é submetido a uma "supervisão minuciosa".

O Sunday Times garante que não há indícios de que tenha ocorrido ilegalidade, mas afirma que as doações em dinheiro aumentarão as dúvidas sobre a administração de organizações beneficentes de Charles, que assumiu mais funções devido à idade avançada de Elizabeth 2ª.

A polícia britânica investiga, desde fevereiro, alegações de que o auxiliar mais próximo do príncipe, Michael Fawcett, prometeu títulos de nobreza e cidadania a um milionário saudita em troca de doações, algo que o herdeiro diz que desconhecia.

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