Prisão de Guantánamo pode ficar aberta por mais 25 anos

Em janeiro, o presidente Donald Trump decidiu manter a penitenciária aberta, contrariando a vontade de seu antecessor, Barack Obama

17/10/2018 - 14h16 (Atualizado em 20/04/2024 - 15h02)

O presídio norte-americano de segurança máxima de Guantánamo, em Cuba, deve permanecer aberto por pelo menos mais 25 anos, informou nesta terça-feira (16) o almirante John Ring, chefe da penitenciária.

Segundo Ring, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter assinado um decreto sobre a manutenção da cadeia, as instalações da prisão "podem durar mais de 25 anos".

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Em janeiro, Trump decidiu manter a penitenciária aberta, contrariando a vontade de seu antecessor, Barack Obama, que tentava encerrar as atividades do polêmico presídio.

Atualmente, Guantánamo abriga 40 detentos, incluindo Ali Hamza Ahmad al-Bahlul, um tenente de Osama Bin Laden condenado à prisão perpétua.

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Guantánamo foi inaugurada em 2002, por ordem do então presidente George W. Bush, logo após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. No ápice, o local chegou a abrigar 800 prisioneiros de 44 nacionalidades diferentes.

O local é alvo de inúmeras denúncias de violação dos direitos humanos, incluindo torturas contra os presos, algo que foi confirmado em um inquérito da Agência Central de Inteligência (CIA).

Veja: Em Guantánamo, prisão dos EUA destoa da rotina de cubanos comuns

No extremo leste de Cuba, a baía de Guantánamo expõe duas faces: a de uma cidade de 116 km² habitada por cubanos comuns e a de prisão militar dos Estados Unidos

Na base militar, os uniformes são camuflados; na cidade, são usados por estudantes ou atletas. Na base militar; o tempo livre é preenchido por revistas e livros; na cidade, se passa em cafés, desfiles e partidas de dominó

A prisão militar de Guantánamo tem mais de um século de idade. O governo que chegou ao poder com a revolução em 1959, entretanto, considerou o local ilegal diante das leis internacionais. Em 2002, a decisão dos EUA de enviar terroristas a uma nova unidade prisional dentro da base aumentou as tensões entre os dois países

O atual presidente norte-americano, Donald Trump, ordenou na última semana que a prisão de Guantánamo permaneça aberta apesar de todos os esforços de seu antecessor, Barack Obama, para que a base militar fosse fechada. Hoje, a prisão conta com uma população carcerária de 41 presos

A 29 km da prisão, a população da ilha com mais de 200 mil habitantes pouco ouve falar sobre a base de Guantánamo. Na Radio Reloj, cuja programação é veiculada pelo governo cubano, a cultura de Cuba é exaltada sob a liderança comunista da ilha. Os jornais falam sobre um nadador cubano de 20 anos classificado para o mundial em Budapeste e sobre as exportações de batata em expansão para a América Latina

Na base militar dos EUA, por outro lado, a Radio Gitmo fala aos expatriados, oferecendo dicas sobre a quantidade ideal de álcool para consumir após o jantar e alertando sobre os efeitos negativos de alimentar a população de iguanas da baía

Enquanto um soldado americano patrulha a área externa na prisão de Guantánamo, uma foto do líder revolucionário Che Guevara adorna a parede de uma casa na baía. As imagens reforçam o abismo existente entre dois países e suas culturas

No extremo leste de Cuba, a baía de Guantánamo expõe duas faces: a de uma cidade de 116 km² habitada por cubanos comuns e a de prisão militar dos Estados Unidos