Procuradoria de Israel vai denunciar Benjamin Netanyahu por suborno
Investigação acusa primeiro-ministro israelense de usar máquina pública para conseguir cobertura positiva na imprensa, o que configura suborno
Internacional|Beatriz Sanz, do R7
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pode ter que lidar com mais um empecilho antes das eleições adiantas para abril deste ano. O procurador-geral Avichai Mandelblit, que coordenava as investigações contra o político, afirmou que tem a intenção de indiciá-lo pelo crime de suborno.
Atualmente, Netanyahu é investigado por uma série de crimes políticos que teriam acontecido durante seus mandatos.
A mais contundente até agora seria de um esquema utilizado para produzir notícias elogiosas sobre seu governo.
Nir Hefetz, ex-assessora de Netanyahu, comandava o portal de notícias Walla, ao lado de seu marido Shaul Elovitch. O portal publicava matérias favoráveis ao governo israelense.
Enquanto isso, Netanyahu teria articulado demitir o diretor-geral do Ministério das Comunicações, Avi Berger, para substituí-lo por Shlomo Filber, seu ex-gerente de campanha, que deveria garantir benefícios para Shaul Elovitch.
Usar cargos para conseguir aliados seria suborno
No ponto de vista do Ministério Público israelense, se utilizar de cargos governamentais para conseguir uma cobertura favorável da imprensa pode ser considerado suborno.
Tanto Hefetz quanto Filber se tornaram testemunhas do Ministério Público contra Netanyahu. A ex-assessora chegou até mesmo a gravar conversas com Netanyahu e outros membros da família, que também estão sendo investigados.
A defesa do primeiro-ministro alega que não beneficiou o complexo midiático de Hefetz e Elovitch. Além disso garante, que o portal não dava cobertura positiva para o seu governo e que não há nada de ilegal caso tenha feito.
Caso o indiciamento ocorra após as eleições e Netanyahu tenha vencido o pleito, o Supremo Tribunal de Justiça a forçar a renúncia dele.