Professora é demitida na Itália após se ausentar do trabalho por 20 anos
Cinzia Paolina de Lio teria passado dez anos completamente ausente da sala de aula; nos outros 14, conseguiu várias dispensas
Internacional|Do R7
Uma professora foi demitida e declarada como "permanentemente e absolutamente inapta a lecionar" na Itália após passar 20 dos 24 anos de sua carreira ausente do trabalho. A medida foi decretada após uma longa disputa judicial que envolveu a Suprema Corte de Cassação, mais alto nível de apelações da Itália. Cinzia Paolina de Lio era professora do ensino médio em escolas da região de Veneza.
Segundo informações do processo, ao qual a mídia local teve acesso, Cinzia teria passado dez anos completamente ausente da sala de aula. Nos outros 14, conseguiu várias dispensas atribuídas a problemas de saúde, pessoais ou familiares. No total, ela passou apenas quatro anos efetivamente trabalhando.
Durante os quatro meses em que lecionou em uma escola de Chioggia, em 2015, alunos teriam reclamado da falta de tempo e de preparo de Cinzia. Ela foi demitida em 2017, mas conseguiu ser reinstituída por meio de uma apelação e prosseguiu em uma batalha judicial que se encerrou nesta semana.
Ao jornal italiano Repubblica, uma jovem de 22 anos identificada como Francisca B., que foi aluna de Cinzia, contou que a professora "vinha uns dias" e depois ficava "longos períodos" sem comparecer à escola. Francisca B. fez ainda duras críticas a Cinzia enquanto professora, como o fato de que "ela nunca seguiu o programa educacional, não explicava" e "não tinha nem livro didático."
"Ela passou as horas de aula falando que os tribunais a perseguiam, mas ela insistiu em que continuaria com sua verdade", afirmou Francisca.
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Cinzia declarou ter documentos que comprovam sua inocência. Mas, ao ser contatada pelo Repubblica, se recusou a apresentá-los, porque estaria ocupada na praia.
"Desculpe, mas agora estou na praia", disse. "Vou reconstruir a verdade dos fatos dessa história absolutamente única e surreal. Não respondo a perguntas de jornalistas que não fariam justiça à verdade da minha história", acrescentou.