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Promessas da COP26 pouco reduzem aquecimento, alerta ONU

Coalizões de países prometeram acabar com a dependência de combustíveis fósseis e reduzir as emissões de metano em 30% 

Internacional|Do R7

Países prometeram acabar com dependência de combustíveis fósseis nos próximos anos
Países prometeram acabar com dependência de combustíveis fósseis nos próximos anos

Os novos compromissos de combate às mudanças climáticas anunciados na COP26 em Glasgow dificilmente mudam a trajetória atual e o mundo caminha para um aumento catastrófico da temperatura, alertou a ONU nesta terça-feira (9).

Apesar das coalizões de dezenas de países para combater o desmatamento, reduzir as emissões de metano em 30% e acabar com a dependência de combustíveis fósseis, a situação continua alarmante, explicou uma nova estimativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Glasgow tem sido palco de grandes discursos e compromissos por dez dias, mas "francamente, a montanha deu à luz um rato", disse a diretora do PNUMA, Inger Andersen.

O PNUMA publicou seu relatório anual em outubro, antes da COP26 em Glasgow, e seus especialistas estimam que o mundo está caminhando para um aumento da temperatura global de até +2,7°C.


Mesmo depois dos últimos compromissos nacionais das quase 200 partes presentes em Glasgow, essa estimativa não melhora até 2030.

O mundo ainda precisa de “sete vezes mais ambição” para cumprir a meta de + 1,5ºC estabelecida no Acordo de Paris de 2015 para combater as mudanças climáticas, destacou Anne Olhoff, principal autora do relatório, na terça-feira.


Com base no que foi acordado em Paris, os países reunidos em Glasgow devem impor regras de transparência, controle mútuo de emissões, pactuar financiamento de médio prazo e indenizar os danos que já estão sofrendo os países mais vulneráveis.

O ministro das Relações Exteriores de Tuvalu, pequeno arquipélago polinésio, filmou-se com água até a cintura, em um vídeo destinado à COP26 para simbolizar o perigo da elevação do nível do oceano.


Os relatórios de avaliação "mostram que houve avanços, mas é claro que não foram suficientes", admitiu o presidente das negociações da COP26, o britânico, Alok Sharma.

1,3 trilhão de dólares anuais

As negociações foram divididas em mesas setoriais, com dois ministros em cada mesa encarregados de ouvir as partes na preparação de um projeto de declaração final, como é o caso das conferências do clima da ONU.

A ministra do Meio Ambiente da Costa Rica, Andrea Meza, foi encarregada por Sharma para sincronizar todas as propostas para o produto final. Os países mais vulneráveis denunciaram novamente as expectativas sombrias.

Agrupados em uma grande coalizão da América Latina, Ásia e África, dezenas de países pediram 1,3 trilhão de dólares anualmente a partir de 2030, que serão repartidos igualmente entre medidas de mitigação das mudanças climáticas e medidas de adaptação.

Esses países lembram que antes de 2020, os países desenvolvidos prometeram investir 100 bilhões de dólares anuais. Faltam 20% desse valor, que os países ricos dizem que honrarão em alguns anos.

E esses 100 bilhões de dólares, segundo os atuais acordos, deveriam ser a base mínima de financiamento, por meio de empréstimos ou doações. “A meta para depois de 2025 deve refletir a ambição, a progressão e o acordo coletivo de ficar abaixo de 2ºC e ter como objetivo ficar dentro da meta de 1,5ºC”, explica o comunicado desses países.

A cifra de 1,3 trilhão de dólares “faz parte das negociações. (....) No momento estamos ouvindo”, disse a ministra francesa de Transição Ecológica, Bárbara Pompili.

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A título de comparação, o pacote de bem-estar e transição ecológica que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deseja aprovar, atualmente bloqueado no Congresso, é de 1,75 trilhão de dólares para gastar em uma década.

Congressistas democratas dos EUA, liderados pela líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, desembarcaram em Glasgow nesta terça-feira para mostrar seu apoio às negociações.

“Se achamos que a situação dos migrantes que chegam hoje aos Estados Unidos é ruim, será exponencialmente pior nos próximos anos” por causa das mudanças climáticas, alertou a deputada Veronica Escobar, do Texas.

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