Mais de 1.800 pessoas foram arbitrariamente detidas na Rússia durante protestos contra a guerra na Ucrânia e não se sabe se algumas foram libertadas, disse nesta sexta-feira (25) o Escritório de Direitos Humanos da ONU.
Esse número é três vezes maior que o relatado pela Direção Principal do Ministério do Interior da Rússia nas últimas horas.
"Ser preso por exercer o direito à liberdade de expressão ou reunião é uma privação arbitrária de liberdade, e pedimos que os indivíduos em questão sejam libertados", disse a porta-voz do Escritório de Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, em Genebra, na Suíça.
As prisões aconteceram em várias cidades do país onde houve manifestações contra a invasão da Ucrânia.
Shamdasani disse que há preocupação sobre avisos emitidos pelas autoridades russas àqueles que saem às ruas para se manifestar, inclusive a ameaça de ação legal se jogarem objetos na polícia ou resistirem à prisão.
A porta-voz afirmou que o Escritório de Direitos Humanos da ONU não está atualmente autorizado a trabalhar na Rússia, mas que as informações que ele torna públicas vêm de fontes absolutamente confiáveis no país.
A repressão reduziu muito a capacidade dos cidadãos russos de se mobilizar e afetou o trabalho de muitas organizações da sociedade civil dedicadas à proteção dos direitos humanos, mas várias continuam a funcionar apesar da ameaça que isso representa.