Putin assina decreto para facilitar presença de ucranianos na Rússia
Antes, ucranianos podiam permanecer na Rússia por no máximo 90 dias no período de seis meses
Internacional|Da AFP
O presidente russo Vladimir Putin assinou um decreto que facilita a permanência e o trabalho de centenas de milhares de pessoas que deixaram a Ucrânia e seguiram para a Rússia desde a intervenção militar de Moscou naquele país.
Os donos de passaporte ucraniano e os habitantes dos territórios separatistas pró-Rússia de Donetsk e Lugansk (no leste da Ucrânia) poderão permanecer na Rússia "sem limite de tempo", segundo as "medidas temporárias" publicadas neste sábado (27).
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Antes, os ucranianos podiam permanecer na Rússia por no máximo 90 dias no período de seis meses e para trabalhar precisavam solicitar uma autorização especial. A partir de agora, eles terão "o direito de exercer uma atividade profissional na Rússia sem a necessidade de permissão de trabalho".
Mas, para aproveitarem as medidas, as pessoas devem passar por exames de detecção do uso de drogas e de doenças infecciosas, além de declarar sua presença, deixando sua foto e impressões digitais nos arquivos.
Decreto proíbe expulsão para a Ucrânia
O decreto proíbe a expulsão para a Ucrânia dos cidadãos do país, exceto aqueles que cumpriram pena de prisão ou são considerados uma ameaça à segurança da Rússia.
Putin assinou outro decreto que determina o pagamento de subsídios sociais a pessoas vulneráveis (aposentados, pessoas com deficiência, mulheres grávidas) que foram forçadas a deixar a Ucrânia ou os territórios separatistas.
De acordo com Moscou, 3,6 milhões de ucranianos, dos quais 587.000 crianças, fugiram da Ucrânia depois da ofensiva militar determinada por Putin contra o país vizinho, no fim de fevereiro.
As autoridades russas estimulam as viagens e prepararam centros de recepção em todo o país. Muitos refugiados, ajudados por ativistas, conseguiram deixar a Rússia pouco depois e seguir para outros países da Europa.
O governo russo anunciou em julho medidas para facilitar a naturalização de ucranianos. Kiev denunciou a iniciativa como uma tentativa de Moscou de consolidar sua influência nos territórios conquistados por suas tropas.