Pyongyang cancela famoso show de ginástica após crítica de Kim Jong-un

Líder disse que tradicional espetáculo norte-coreano de ginástica em massa tinha 'espírito criativo errado', segundo agência oficial

10/06/2019 - 10h16 (Atualizado em 21/02/2024 - 11h18)

O famoso espetáculo norte-coreano de ginástica em massa está temporariamente suspenso a partir desta segunda-feira (10), segundo confirmou uma agência de turismo que inclui esta atuação em seus pacotes, dias depois de o líder Kim Jong-un ter criticado a produção.

"A partir de hoje, foram suspensas as atuações de ginástica em massa e nossos contatos em Pyongyang não forneceram nenhuma razão oficial. No entanto, esperamos que as atuações sejam retomadas em breve", disse à Agência Efe em um e-mail um representante da Young Pioneer Tours (YPT), operadora com sede na China.

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Na semana passada, a YPT e outras agências já tinham advertido sobre esta possibilidade após serem contactadas por autoridades do regime.

Apesar de não fornecer razões para esta suspensão, o anúncio acontece depois que na segunda-feira Kim Jong-un assistiu à estreia do novo espetáculo de ginástica em massa, intitulado "A terra do povo", e criticou os responsáveis do mesmo, como divulgou a propaganda oficial.

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Kim considerou que a produção, realizada no estádio 1 de Maio de Pyongyang (o maior do mundo em capacidade, para 114 mil espectadores), tinha um "espírito criativo errado" e tachou de "irresponsável" o trabalho dos encarregados da produção, segundo a agência estatal de notícias "KCNA".

Acredita-se que a suspensão poderia durar dias ou semanas para corrigir os detalhes que Kim não gostou antes da retomada de suas funções.

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A ginástica em massa mistura música, dança e todos os tipos de efeitos especiais para glorificar o regime norte-coreano e suas conquistas.

É uma das principais atrações turísticas durante a temporada estival, quando costuma ser realizada.

"A terra do povo" estreou na semana passada e estava previsto que durasse até outubro deste ano.

$Nesta sexta-feira (31), o jornal sul-coreano Chosun divulgou que o líder norte-coreano Kim Jong-un teria ordenado a execução de Kim Hyok-chol após o fracasso da última reunião com Donald Trump em fevereiro passado. Kim Hyok-chol, que aparece na montagem na foto abaixo, à esquerda, era ex-embaixador da Coreia do Norte na Espanha e foi encarregado das negociações para a segunda cúpula com o presidente dos Estados Unidos — que terminou sem acordo entre as partes$

Embora a informação sobre a morte do ex-embaixador não tenha sido confirmada oficialmente, é certo que Kim Hyok-chol não teria sido a primeira vítima
da ditadura de Kim Jong-un — que está no poder desde 2011 e já conhecido por
punir seus desafetos

Em fevereiro de 2017, por exemplo, Kim Jong-nam — irmão de
Kim Jong-un — morreu após ser envenenado misteriosamente no aeroporto de Kuala
Lumpur, na Malásia. A principal suspeita é de que o líder norte-coreano tenha
encomendado o assassinato, perpetrado por duas mulheres — uma indonésia e uma
vietnamita. Elas declararam que acreditavam participar de uma pegadinha de TV
quando atacaram Kim Jong-nam com um agente químico

A mídia sul-coreana publicou, em 2016, que a Coreia do Norte
executou Hwang Min, antigo ministro da Agricultura norte-coreano, e Ri Yong-jin,
ministro da Educação. Os dois teriam sido mortos por armas de artilharia
antiaérea em uma cadeia militar de Pyongyang

Segundo o jornal britânico The Guardian, Hwang Min supostamente
apresentou propostas de governo que representavam uma ameaça a Kim Jong-un,
enquanto Ri Yong-jin teria dormido durante um pronunciamento público do líder

A rede de notícias britânica BBC também divulgou, em agosto
de 2015, que Kim Jong-un ordenou a execução do vice-premiê Choe Yong-gon —
representante da Coreia do Norte em negociações comerciais com Seul. Choe Yong-gon
teria sido assassinado por demonstrar algum desconforto em relação às políticas
de florestamento do líder norte-coreano

Em 2014, o ministro de Segurança Pública da Coreia do Norte,
O Sang Hon, foi supostamente executado com requintes de crueldade a mando de
Kim Jong-un: o oficial teria sido queimado vivo com um lança-chamas

O Sang Hon, aliás, era próximo do tio de Kim Jong-un, Jang
Song-thaek — cuja execução em 2013 foi publicamente assumida pelo atual
líder norte-coreano. Em seu pronunciamento de fim de ano, Kim Jong-un chamou Jang
Song-thaek — que era considerado o número 2 do regime — de “escória” e
disse que seu “expurgo” havia fortalecido o país

Vale lembrar que, anteriormente, autoridades e
personalidades norte-coreanas foram dadas como executadas e depois reapareceram
— muitas vezes, com novos títulos. É caso da cantora Hyon Song-wol, tida como uma
ex-namorada de Kim Jong-un e líder de uma famosa girl band no país

Embora a mídia internacional tenha noticiado que Hyon
Song-wol fora assassinada por “violar leis de pornografia” em 2013, a cantora
ressurgiu em 2018 como chefe da comitiva norte-coreana que foi a Seul para as
Olimpíadas de Inverno

Na sexta-feira, o jornal Chosun publicou ainda que mais dois
funcionários foram punidos pelo fiasco da
cúpula com Donald Trump — tendo sido enviados a um campo de trabalho forçado e reeducação na
província de Jagang, próxima da fronteira chinesa. O governo da
Coreia do Sul não confirmou as informações e seu porta-voz disse que
"seria inadequado tirar conclusões precipitadas sobre informações que ainda
estão por serem confirmadas"

Nesta sexta-feira (31), o jornal sul-coreano Chosun divulgou que o líder norte-coreano Kim Jong-un teria ordenado a execução de Kim Hyok-chol após o fracasso da última reunião com Donald Trump em fevereiro passado. Kim Hyok-chol, que aparece na montagem na foto abaixo, à esquerda, era ex-embaixador da Coreia do Norte na Espanha e foi encarregado das negociações para a segunda cúpula com o presidente dos Estados Unidos — que terminou sem acordo entre as partes