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Quais são os objetivos dos EUA com a Cúpula das Américas?

Evento reúne os principais líderes do continente nos EUA, mas é alvo de boicote a chefes de importantes países

Internacional|Lucas Ferreira, do R7, com informações da AFP

Cúpula das Américas acontece neste ano em Los Angeles, nos Estados Unidos
Cúpula das Américas acontece neste ano em Los Angeles, nos Estados Unidos

A 9ª Cúpula das Américas, evento que acontece nesta semana em Los Angeles, na Califórnia, reúne os principais chefes de Estado do continente para discutir o futuro das parcerias entre os países, além de traçar objetivos conjuntos para o futuro.

O tema deste ano é “Construindo um futuro sustentável, resiliente e equitativo” para as Américas. Os representantes dos países tentarão encontrar ações concretas para resolver as questões trazidas pela pandemia e promover uma expansão econômica baseada em métodos ecologicamente responsáveis.

O anfitrião do evento é o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, segundo líder norte-americano a ter essa posição, após Bill Clinton em 1994, na primeira edição da cúpula. A reunião, que acontece em intervalos de três ou quatro anos, teve edições na Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, México e Peru.

A cúpula tem como um de seus objetivos promover a democracia no continente e lutar contra regimes ditatoriais e totalitários nas Américas. Por esse motivo, os EUA não convidaram representantes de Cuba, Nicarágua e Venezuela. Essas ausências causaram reação de alguns líderes, como Bolívia, Guatemala, Honduras, México e o bloco caribenho com 14 nações.


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"Simplesmente, achamos que não devemos convidar ditadores... e não nos arrependemos", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre. "O presidente se manterá fiel a seu princípio."

Nesta quarta-feira (8), Biden fará um discurso para iniciar os dias mais intensos da reunião, até o momento concentrada na sociedade civil. O presidente anunciará uma aliança com a América Latina para a prosperidade econômica, em plena recuperação pós-pandemia, para revitalizar as instituições econômicas regionais e mobilizar investimentos.


O professor da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-americana) Fábio Borges diz que a influência de Biden no continente reflete uma queda de prestígio dos Estados Unidos no cenário internacional, assim como uma baixa identificação do país com seu líder.

"[Os EUA] atualmente apresentam uma política externa desastrosa, ampliando ainda mais a instabilidade no sistema internacional e acelerando a ascensão de novas potências, como a China. Esse esvaziamento é mais um indicador da decadência dos EUA como líder regional e mundial", afirmou Borges ao R7.


Biden é um líder fraco e de um país que vem em declínio relativo desde os anos 1970

(Fábio Borges)

Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enfrenta rejeição interna e dificuldade internacional
Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enfrenta rejeição interna e dificuldade internacional

Para o especialista, a cúpula ficará marcada pela exclusão de países, quando, na verdade, deveria abordar temas sensíveis, "como meio ambiente, democracia, imigração, drogas", que demandam um trabalho coletivo de todos os Estados americanos.

"As cúpulas seriam importantes, mas com uma liderança frágil e errática pelos Estados Unidos, com as exclusões, geram mais conflitos do que coordenações, desestabilizando ainda mais o continente."

Biden também encontrará o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Ambos, que não se encontram há mais de um ano, discutirão assuntos sobre a relação dos dois países, além de temas mundiais. Os líderes deverão tratar de insegurança alimentar, resposta econômica à pandemia, saúde e aquecimento global, segundo informações da agência AFP.

A cúpula será uma boa oportunidade também para Bolsonaro e Biden estreitarem laços, já que o líder brasileiro sempre foi um grande apoiador do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, ferrenho rival do atual líder do país.

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