Qual o poder de fogo dos mísseis Tomahawk e por que a Ucrânia os deseja tanto
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defende a aquisição para ampliar o poder de dissuasão; Kremlin considera o fornecimento um risco direto de escalada
Internacional|Do R7
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A possibilidade de os Estados Unidos fornecerem mísseis de cruzeiro Tomahawk à Ucrânia colocou o conflito em novo patamar e provocou reação imediata da Rússia.
Moscou afirmou nesta segunda-feira (29) que seus militares analisam os riscos de uma eventual entrega da arma, capaz de ampliar de forma significativa a capacidade de ataque ucraniana em território russo.
O vice-presidente americano, JD Vance, disse no domingo que Washington avalia o pedido de Kiev. O presidente Donald Trump ainda não tomou uma decisão final, mas teme transformar a guerra em confronto direto com Moscou.
Mesmo assim, segundo assessores, o debate interno reflete a frustração da Casa Branca com a recusa de Vladimir Putin em aceitar um cessar-fogo, mesmo após encontro entre os dois líderes em uma cúpula no Alasca.
O Tomahawk é um míssil de cruzeiro de longo alcance fabricado pela Raytheon, unidade da RTX. Mede 6,1 metros de comprimento, 2,6 metros de envergadura e pesa cerca de 1.510 quilos. Guiado por GPS, pode atingir alvos a até 1.600 quilômetros de distância e foi projetado para penetrar em áreas com forte defesa aérea.
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Seu custo médio é de 1,3 milhão de dólares e o Pentágono planeja comprar 57 unidades em 2026. A arma já foi usada em operações no Oriente Médio, como nos ataques das marinhas americana e britânica contra posições dos rebeldes Houthis no Iêmen.
Em comparação ao arsenal disponível hoje em Kiev, o Tomahawk oferece maior alcance e versatilidade. A Ucrânia já desenvolveu o míssil Flamingo, com capacidade superior a 1.600 quilômetros, e o Neptune, projetado originalmente para atingir alvos navais a pouco mais de 600 quilômetros.
Além disso, o país recebeu do Ocidente mísseis Harpoon, Storm Shadow e ATACMS, com alcances que variam de 120 a 305 quilômetros. Nenhum deles, porém, combina o raio de ação e a precisão de um Tomahawk lançado de mar ou terra.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, defende a aquisição para ampliar o poder de dissuasão e alertou recentemente autoridades do Kremlin que elas deveriam “saber onde estão os abrigos antiaéreos”. Também sugeriu que Washington venda os mísseis a países europeus, que então repassariam as armas a Kiev.
O Kremlin considera o fornecimento um risco direto de escalada. “A questão é esta: quem pode lançar esses mísseis? Só os ucranianos podem lançá-los ou os soldados americanos têm que fazer isso?”, disse o porta-voz russo Dmitry Peskov. “Quem está determinando o alvo desses mísseis? O lado americano ou os próprios ucranianos? Uma análise muito aprofundada é necessária.”
O presidente russo já havia advertido que seu o se reserva o direito de atacar instalações militares em países que permitirem o uso de armas para atingir a Rússia. O deputado Andrei Kartapolov afirmou que qualquer especialista americano que ajude a lançar Tomahawks se tornará alvo de Moscou. “E ninguém os protegerá. Nem Trump, nem Kellogg, nem ninguém mais”, declarou.
Mesmo com as ameaças, autoridades americanas ligadas à negociação enviaram recados públicos a Kiev. O enviado especial Keith Kellogg disse em entrevista à Fox News que Trump sinalizou apoio a ataques de longo alcance. “Use a habilidade de bater fundo. Não existem santuários”, afirmou.
O porta-voz do Kremlin relativizou o impacto da eventual entrega. “Mesmo que isso aconteça, não há nenhuma panaceia que possa mudar a situação na frente de batalha para o regime de Kiev agora. Sejam Tomahawks ou outros mísseis, eles não serão capazes de mudar a dinâmica”, disse Peskov.
Perguntas e Respostas
O que são os mísseis Tomahawk?
Os mísseis Tomahawk são mísseis de cruzeiro de longo alcance fabricados pela Raytheon. Eles medem 6,1 metros de comprimento, têm 2,6 metros de envergadura e pesam cerca de 1.510 quilos. Esses mísseis são guiados por GPS e podem atingir alvos a até 1.600 quilômetros de distância, sendo projetados para penetrar em áreas com forte defesa aérea.
Por que a Ucrânia deseja os mísseis Tomahawk?
A Ucrânia deseja os mísseis Tomahawk para ampliar sua capacidade de ataque em território russo. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, defende a aquisição para aumentar o poder de dissuasão e já alertou autoridades do Kremlin sobre a necessidade de saber onde estão os abrigos antiaéreos. Ele também sugeriu que os Estados Unidos vendam os mísseis a países europeus, que poderiam repassá-los a Kiev.
Qual é a reação da Rússia à possível entrega dos mísseis?
A Rússia reagiu afirmando que seus militares estão analisando os riscos de uma eventual entrega dos mísseis Tomahawk à Ucrânia. O porta-voz russo, Dmitry Peskov, questionou quem poderia lançar os mísseis e quem determinaria os alvos. O Kremlin considera o fornecimento um risco direto de escalada no conflito.
Qual é a posição dos Estados Unidos sobre o pedido da Ucrânia?
Os Estados Unidos, através do vice-presidente JD Vance, afirmaram que estão avaliando o pedido da Ucrânia. O presidente Donald Trump ainda não tomou uma decisão final, mas expressou preocupações sobre a possibilidade de transformar a guerra em um confronto direto com a Rússia. Autoridades americanas, no entanto, enviaram mensagens de apoio a ataques de longo alcance.
Quais são as características dos mísseis Tomahawk em comparação com os mísseis disponíveis na Ucrânia?
Os mísseis Tomahawk oferecem maior alcance e versatilidade em comparação com os mísseis atualmente disponíveis na Ucrânia, como o Flamingo e o Neptune. Enquanto o Flamingo tem capacidade superior a 1.600 quilômetros e o Neptune foi projetado para alvos navais a pouco mais de 600 quilômetros, os Tomahawk são considerados mais precisos e eficazes em termos de alcance.
Qual é o custo médio dos mísseis Tomahawk?
O custo médio de um míssil Tomahawk é de aproximadamente 1,3 milhão de dólares. O Pentágono planeja comprar 57 unidades em 2026.
Como a Rússia se posiciona em relação a especialistas americanos que ajudem na utilização dos Tomahawk?
O deputado russo Andrei Kartapolov afirmou que qualquer especialista americano que ajude a lançar os mísseis Tomahawk se tornará um alvo de Moscou, e que ninguém poderá protegê-los, nem mesmo o presidente Trump.
O que o porta-voz do Kremlin disse sobre o impacto da entrega dos mísseis?
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, minimizou o impacto da possível entrega dos mísseis Tomahawk, afirmando que, mesmo que isso aconteça, não há uma solução mágica que possa mudar a situação na frente de batalha para a Ucrânia.
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