Quase 900 crianças refugiadas estão desaparecidas na Alemanha
Escritório federal investiga o paradeiro de 884 crianças que entraram desacompanhadas no país. Mais de 2 mil adolescentes também sumiram
Internacional|Do R7

Mais de três anos depois do pico da crise dos refugiados, 884 menores de até 13 anos não acompanhados continuam desaparecidos na Alemanha, segundo dados do BKA (Escritório Federal de Investigação Criminal, na sigla em alemão) publicados nesta quarta-feira (9) pelo jornal Neue Osnabrücker Zeitung.
Este número representa um leve recuo em relação a outubro de 2018, quando o número de menores não acompanhados em paradeiro desconhecido chegava a 902, comunicou a ONG para os direitos da infância Deutsches Kinderhilfswerk.
Leia também

Alemães protestam em massa contra racismo e extrema-direita

Merkel condena xenofobia da ultradireita alemã e slogans nazistas

Alemão e algo mais: minorias criam movimento #metwo após caso Özil

Tensão na relação entre Alemanha e Turquia ainda afeta imigrantes

Mais de 11,2 mil crianças estrangeiras estão sob custódia nos EUA
"Não existe razão alguma para diminuir o alarme. Na nossa opinião, é preciso seguir buscando intensivamente estas crianças", disse Holger Hofmann, gerente da ONG, em declarações ao jornal.
Por outro lado, o número de menores não acompanhados de entre 14 e 17 anos se reduz constantemente, indicou.
Em outubro de 2018 constavam como desaparecidos no registro da polícia 2.566 menores não acompanhados nessa faixa de idade, frente aos 2.308 de atualmente, segundo dados da BKA.
Crianças correm perigo de morte
Segundo advertiu Hofmann, "no caso de menores desaparecidos é preciso partir em geral de um perigo de morte, algo ao qual aponta o próprio Escritório Federal de Investigação Criminal na sua página".
Por isso, a ONG exige uma melhoria dos sistemas de proteção dos menores em nível nacional e além da fronteira.
A ONG adverte, além disso, que cada vez mais as redes criminosas concentram seus esforços nos menores não acompanhados e exercem sobre eles pressão psicológica ou física para que abandonem os centros de amparo.
"No entanto, por enquanto sabemos muito pouco da situação dos menores desaparecidos", ressaltou.
Hoffmann acrescentou que quanto mais insegura é sua situação, maior é o risco de desaparecerem, por isso que fazem falta sistemas de assistência aos menores suficientemente dotados, perspectivas garantidas oportunas de poder permanecer no país e o direito legal à reunificação familiar.
