Quem é o ex-chefe dos espiões venezuelanos que acusa Maduro de ser líder narcoterrorista
Hugo ‘El Pollo’ Carvajal, delator do suposto Cartel de Los Soles, foi um dos nomes mais influentes do aparato de segurança venezuelano
Internacional|Do R7
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Hugo Carvajal, ex-chefe da inteligência militar da Venezuela, voltou a pressionar o governo de Nicolás Maduro ao afirmar que o ditador lidera uma organização narcoterrorista. A acusação foi feita em uma carta enviada ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump a partir de uma prisão federal americana. No documento, Carvajal se ofereceu para colaborar com autoridades dos EUA e disse ter informações sobre estruturas criminosas instaladas no Estado venezuelano.
Carvajal comandou a contrainteligência militar entre 2004 e 2011, no governo Hugo Chávez. Ele afirmou que, nesse período, testemunhou oficiais de alta patente coordenando operações de tráfico de drogas e estabelecendo alianças com grupos armados. O texto divulgado pelo The Dallas Express cita colaboração com as Farc, o ELN, agentes da inteligência cubana e membros do Hezbollah. Segundo ele, esses grupos atuaram em atividades ilícitas dentro e fora do país.
A carta afirma que essa rede permitiu consolidar rotas de cocaína em direção aos Estados Unidos e financiar operações políticas e de inteligência. Carvajal menciona ainda operações de espionagem e desinformação e cita a empresa Smartmatic. Ele diz que os sistemas de votação eletrônica foram supervisionados ou influenciados pelo governo venezuelano para fins de manipulação eleitoral.
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A divulgação do texto coincide com novas declarações do secretário de Estado americano Marco Rubio. Em entrevistas publicadas pela imprensa dos EUA, ele afirmou que Maduro descumpriu compromissos assumidos na última década, inclusive sobre a realização de eleições livres com supervisão internacional.
Rubio disse que o governo venezuelano atua como uma estrutura conectada ao narcotráfico e alertou que Washington não pode confiar nas promessas de Caracas. As falas reforçam o clima de pressão internacional, embora Rubio não tenha citado diretamente a carta de Carvajal.
Carvajal, conhecido como El Pollo, foi um dos nomes mais influentes do aparato de segurança venezuelano. Depois de deixar a inteligência militar, ocupou cargos no governo e se tornou deputado. Os Estados Unidos o indiciaram em 2011 por tráfico de drogas e afirmaram que ele usou sua posição para proteger narcotraficantes e facilitar operações. Em 2019, rompeu com Maduro e declarou apoio a Juan Guaidó.
Preso em Madri a pedido de Washington, ele conseguiu adiar a extradição após uma decisão judicial. Ficou foragido por quase dois anos até ser recapturado em 2021 e extraditado em 2023. Nos EUA, responde por conspiração para importar cocaína e por fornecer apoio material a organização terrorista estrangeira, no caso as Farc.
As acusações de Carvajal surgem em um momento de ações mais agressivas dos Estados Unidos contra o narcotráfico venezuelano. O governo Trump anunciou ataques navais no Caribe e no Pacífico contra embarcações suspeitas que, segundo Washington, transportavam drogas ligadas ao regime. A ofensiva inclui o uso do porta-aviões USS Gerald R. Ford.
As relações entre os dois países se deterioraram ao longo dos últimos anos. Washington impôs sanções ao setor petrolífero venezuelano em 2019, não reconhece a reeleição de Maduro em 2018 e oferece recompensa de 15 milhões de dólares por informações que levem à prisão do ditador. A eleição de 2024, marcada por acusações de fraude da oposição, ampliou a tensão.
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