Reforma da previdência é aprovada após governo francês escapar de renúncia forçada
A moção de censura apresentada pela extrema direita não obteve os votos necessários contra a primeira-ministra Élisabeth Borne
Internacional|Do R7, com informações da AFP
A reforma da previdência promovida pelo presidente da França, Emmanuel Macron, foi finalmente aprovada nesta segunda-feira (20), depois que os deputados rejeitaram a segunda moção de censura apresentada contra o governo em resposta à reestruturação adotada por decreto.
A moção de censura lançada pela extrema direita de Marine Le Pen recebeu apenas 94 dos 287 votos necessários. O governo da primeira-ministra Élisabeth Borne já havia superado uma primeira moção, de caráter multipartidário, mas por apenas nove votos.
Segundo a presidente da Assembleia Nacional (Câmara baixa), Yael Braun-Pivet, a reforma de Macron fica definitivamente aprovada com a conclusão desses trâmites.
Apesar da rejeição popular e dos maiores protestos contra uma reforma social em três décadas, o presidente Macron decidiu na quinta-feira (16) adotar por decreto o endurecimento das regras para a aposentadoria.
O objetivo do mandatário é adiar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030 e antecipar para 2027 a exigência de contribuir com 43 anos, em vez de 42, como agora, para receber uma aposentadoria completa. Dois em cada três franceses rejeitam essa reforma, segundo pesquisas.
Os protestos contra a reforma previdenciária pararam diversos setores na França. Em Paris, a capital do país, toneladas de lixo se acumulam pelas ruas.