Rei saudita pede ação contra o Irã e apoia busca da paz no Iêmen
Rei Salman falou ao Conselho da Shura, organismo de aconselhamento do governo. Pronunciamento é o primeiro desde assassinato de jornalista
Internacional|Do R7
O rei Salman da Arábia Saudita exortou a comunidade internacional nesta segunda-feira (19) a conter o programa nuclear e de mísseis balísticos do Irã, e também reiterou o apoio do reino aos esforços da ONU (Organização das Nações Unidas) para acabar com a guerra no Iêmen.
Os comentários do rei ao Conselho da Shura, um dos principais organismos de aconselhamento do governo, foram seus primeiros desde o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado do país em Istambul em 2 de outubro, que provocou revolta global e tensionou os laços de Riad com o Ocidente.
O rei Salman, que não fez menção direta ao caso Khashoggi em seu discurso, repudiou as ações do Irã, arqui-inimigo da Arábia Saudita que disputa influência com o reino na região, inclusive nos conflitos da Síria, do Iraque e do Iêmen.
"O regime iraniano sempre interveio nos assuntos internos de outros países, patrocinou o terrorismo, criou caos e devastação em muitos países da região", disse o monarca de 82 anos.
"A comunidade internacional tem que trabalhar para pôr um fim ao programa nuclear iraniano e deter suas atividades que ameaçam a segurança e a estabilidade", acrescentou.
O rei disse que sua nação apoia os esforços da ONU para encerrar o conflito no Iêmen, onde uma coalizão de apoio saudita vem combatendo rebeldes houthis alinhados a Teerã há quase quatro anos para restaurar o governo reconhecido internacionalmente.