Reino Unido participará de eleições europeias, diz ministro

A premiê lamentou a participação do Reino Unido e está determinada a buscar um caminho favorável para um acordo sobre o Brexit

07/05/2019 - 15h15 (Atualizado em 20/04/2024 - 12h18)

O Reino Unido terá de participar das eleições para o Parlamento Europeu no dia 23 de maio, já que não há tempo suficiente para conseguir que um acordo para a saída britânica da União Europeia seja ratificado pelo Legislativo antes disso, disse o vice de fato da primeira-ministra britânica, Theresa May, nesta terça-feira (7).

May esperava evitar o envolvimento britânico na votação, mas até agora as conversas com o Partido Trabalhista, de oposição, com o objetivo de encontrar um caminho para o Brexit não romperam o impasse.

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"Lamentavelmente, não será possível finalizar o processo antes da data legal das eleições parlamentares europeias... então essas agora irão adiante", disse David Lidington, ministro-chefe do gabinete, a repórteres.

"Redobraremos nossos esforços... para tentar fazer com que o adiamento depois disso seja o menor possível. Idealmente, gostaríamos de estar na situação de aqueles membros britânicos do Parlamento Europeu nunca chegarem a ocupar seus assentos no Parlamento Europeu, certamente para dar isto por encerrado até o recesso de verão".

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Veja também: Como o Brexit pode afetar trabalho dos pescadores dinamarqueses

Na pequena cidade pesqueira de Thyboron, na costa noroeste da Dinamarca, muitos pescadores temem que as águas britânicas das quais eles dependem cada vez mais estejam fora do alcance quando o Reino Unido deixar a União Europeia. Poul Erik Rom, 35, e seu pai Ejvind, 65, são de uma longa linhagem de pescadores. Todos os anos, eles pescam cerca de 25 milhões de coroas dinamarquesas (cerca de 14,7 milhões) de seus navios, um terço dos quais provenientes de águas britânicas

Poul Erik começou sua carreira na indústria petrolífera offshore, mas em 2011 ele comprou uma embarcação de pesca feita por seu pai, que foi pescador a vida toda. "Eu gosto da imprevisibilidade da pesca. Às vezes, pegamos 200 quilos, às vezes duas toneladas, e nunca sabemos os preços que receberemos", diz Poul Erik. Mas a incerteza entre o Reino Unido e a União Europeia é mais excitante do que ele esperava

Em 2015 — um ano antes de os britânicos votarem pela saída da UE — Poul Erik e seu pai adaptaram sua embarcação para dar espaço para guardar os peixes em suas viagens mais longas em águas britânicas. "Parece que temos que navegar cada vez mais longe da costa para encontrar o peixe", diz Poul Erik, que se preocupa com o que acontecerá se ele tiver acesso restrito à água britânica.

O problema para Poul Erik e seu pai é que, à medida que a água esquenta devido à mudança climática, os peixes dos quais eles dependem, como o bacalhau e a arinca, tendem a nadar para águas mais frias mais próximas do Reino Unido e mais ao norte. Sob um cenário do Brexit 'sem acordo', a Grã-Bretanha pode optar por fechar sua fronteira marítima completamente durante a noite ou esperar até o final de 2019, de acordo com o ministro da pesca dinamarquês

Desde a década de 1970, os pescadores da UE tiveram acesso às águas britânicas sob um acordo, que muitos no Reino Unido consideraram injusto. Agora, alguns vêem o Brexit como uma chance de "retomar o controle" de suas águas e manter as embarcações estrangeiras de fora. "Esta cidade pode acabar fechando por causa do Brexit", diz o pescador Michael Bork, 36 anos, que pesca desde os 10 anos. Entre 30 e 40% das capturas desembarcadas no Porto de Thyboron vêm de águas britânicas. Caso cheguem a um acordo temporário, os navios de pesca da UE poderão ter acesso temporário até que seja alcançado um acordo comercial permanente

"Para mim, pessoalmente, eu poderia perder meu emprego, se a nossa pesca em águas britânicas fosse limitada", diz Mikkel Jakobsen, 22, que trabalha a bordo do navio de pesca Pia Glanz, juntamente com outros nove tripulantes. "É sempre irritante quando a política atrapalha", diz Jakobsen. "Nós, pessoas comuns, não podemos fazer muito sobre isso de qualquer maneira, não importa quão alto falemos".

A incerteza já está causando impacto na indústria pesqueira local, uma vez que novos investimentos estão sendo retidos em navios e cotas de pesca. Poul Erik e a embarcação de seu pai, que vale cerca de R$ 14 milhões, vão para o mar 300 dias por ano, com uma tripulação total de sete pessoas.

Poul Erik teve que começar a pensar no que iria fazer se os barcos dinamarqueses fossem excluídos das águas britânicas e o que isso significaria para seu sustento. As escolhas são gritantes. Ele não quer voltar ao seu trabalho anterior e também não quer vender seu barco por muito menos do que vale

"Se eu vendesse tudo quando todos estivessem lutando, não conseguiria nada para meu navio ou minhas cotas. E é claro que devo muito dinheiro ao banco, o que tenho certeza que eles gostariam de receber de volta", diz o pescador

Na pequena cidade pesqueira de Thyboron, na costa noroeste da Dinamarca, muitos pescadores temem que as águas britânicas das quais eles dependem cada vez mais estejam fora do alcance quando o Reino Unido deixar a União Europeia. Poul Erik Rom, 35, e seu pai Ejvind, 65, são de uma longa linhagem de pescadores. Todos os anos, eles pescam cerca de 25 milhões de coroas dinamarquesas (cerca de 14,7 milhões) de seus navios, um terço dos quais provenientes de águas britânicas

A premiê lamentou a participação do Reino Unido e está determinada a buscar um caminho favorável para um acordo sobre o Brexit, disse seu porta-voz nesta terça-feira.

Questionado sobre as especulações em torno de uma possível renúncia, o porta-voz de May afirmou que desconhece qualquer mudança no posicionamento de May acerca de renunciar apenas depois que a primeira parte do Brexit esteja completa.