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Relatora da ONU defende regulamentação de drones militares

Para Agnes Callamard, 'o mundo entrou em uma nova fase muito diferente' após o assassinato do general iraniano Qasem Soleimani no Iraque

Internacional|Da EFE

Agnes Callamard revelou que mais de 100 países possuem drones militares
Agnes Callamard revelou que mais de 100 países possuem drones militares Agnes Callamard revelou que mais de 100 países possuem drones militares

A relatora especial das Nações Unidas, Agnes Callamard, denunciou nesta quinta-feira (9) ao Conselho de Direitos Humanos que o crescente uso de drones militares normaliza de forma preocupante as execuções de alvos inimigos, mesmo em países não beligerantes, por isso pediu a regulamentação dessas armas.

Leia mais: Perita da ONU considera morte de Soleimani um assassinato 'ilegal'

"À medida que mais exércitos e atores não estatais adquirem drones armados e os utilizam em execuções, aumenta o risco de que a guerra seja vista como normal", disse Callamard, relatora da ONU sobre execuções extrajudiciais, sumárias e arbitrárias, em entrevista coletiva após seu discurso no Conselho.

A francesa apresentou hoje seu relatório sobre o uso de drones armados no mundo e revelou que já existem mais de 100 países e pelo menos 20 atores não estatais que possuem esse tipo de armamento.

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"Muitos políticos admiram sua suposta eficácia, assim como o fato de seu uso envolver um custo político menor do que o envio de tropas armadas", disse Callamard, também afirmando que sua suposta precisão "cirúrgica", com a qual apenas matariam os alvos designados, é um falso mito.

A relatora assegurou que, à medida que a presença de drones nos exércitos aumenta e sua capacidade letal cresce, o mundo "está em um momento crítico em que deve regulamentar seu uso".

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Agnes Callamard pediu a adoção de medidas e normas rigorosas para controlar a proliferação deste armamento, que em sua opinião carece de regulamentação em geral.

Ataque no Iraque

Ela também afirmou que "o mundo entrou em uma nova fase muito diferente" após o assassinato do general iraniano Qasem Soleimani no Iraque, em janeiro deste ano, através de um avião operado pelo exército dos Estados Unidos.

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"A comunidade internacional deveria ter a ideia de que os países, usando esse precedente, eliminem altas posições militares ou não militares sem guerra, justificando o ataque por razões de autodefesa", alertou.

Além disso, Agnes Callamard lamentou que o Conselho de Segurança da ONU tenha permanecido calado diante desse tipo de ataque com drones, um silêncio que, segundo ela, foi interpretado por muitos países como consentimento implícito ao uso desse armamento.

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