Retórica de Trump reacende tensões e ameaça negociações já delicadas em Gaza, diz professor

Na última terça-feira (14), o presidente dos Estados Unidos afirmou que o grupo terrorista Hamas concordou com o desarmamento, mas disse que, caso não cumpra com o acordo, será forçado a fazê-lo de maneira rápida e possivelmente violenta.

A próxima fase do acordo de cessar-fogo exige que os extremistas abram mão das armas. Trump ainda ressaltou que os terroristas sabem que o país americano não está brincando. Para Kleber Galerani, professor de relações internacionais, a retórica de Donald Trump reacende tensões e ameaça negociações já delicadas na Faixa de Gaza.

“Há um cálculo bem estabelecido na ideia de Trump, que é reforçar a sua imagem como uma liderança forte em política externa. E esta ação não mira só o Oriente Médio, mas também o seu público interno, seus aliados estratégicos”, explica o especialista em entrevista ao Conexão Record News.

Galerani analisa que a fala do republicano demonstra a proeminência dos Estados Unidos no debate e nas ações a serem implementadas numa abordagem que privilegia a pressão, e não necessariamente a democracia.

“Até agora, nós temos observado alguns avanços. Entretanto, talvez um distensionamento muito acentuado da corda possa romper para algum lado e dificultar o avanço deste processo delicado de negociação”, completa.

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