Roma multará quem se sentar nas escadaria da Praça da Espanha

Os turistas que visitam Roma já não poderão sentar na famosa escadaria da Praça da Espanha (Piazza di Spagna), com base em uma nova legislação da Câmara Municipal que prevê multas para quem descumprir a regra e que tem como objetivo preservar o patrimônio cultural.

Oito agentes da Polícia Municipal passeiam e vigiam os turistas que se aproximam da escada para que não se sentem em nenhum dos 135 degraus que a compõem, distribuídos em três níveis, como era habitual até agora. Além da Praça da Espanha, a ordem municipal se estende a todos os monumentos da capital, como a Fontana di Trevi, e também proíbe acesso a lugares públicos com vestimenta "indecente".

O castigo é uma multa que pode variar de 150 euros (R$ 650), no caso de os turistas que usarem os monumentos para se sentar, a 400 euros (R$ 1.730) se provocarem algum dano, explicaram fontes da Câmara municipal à agência EFE.

No caso da escadaria, a legislação pretende cuidar de um espaço romano considerado Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e amplia o regulamento anterior que até agora impedia comer e beber nestas escadas de mármore, inauguradas em 1725 pelo papa Bento XIII.

A medida provocou um cenário diferente: a escadaria da Praça da Espanha completamente deserta, como é possível ver em várias imagens publicadas pela imprensa local.

No entanto, a lei não está isenta de polêmica.

Para a vereadora Anna Vincenzoni trata-se de uma iniciativa necessária pela quantidade de turistas que visitam Roma e danificam os monumentos.

"Até que este tipo de turista seja educado, este é o caminho correto a seguir", disse à imprensa local.

Mas nem todos estão de acordo com a proibição, como o crítico Vittorio Sgarbi, que considerou a política "excessiva, quase fascista" e pediu que a Câmara Municipal romana volte a estudá-la, porque "há muita gente que visita Roma e quer se sentar para admirar a paisagem".

Essa opinião também é compartilhada pelo presidente da associação de hoteleiros de Roma, Giuseppe Roscioli, que a descreveu como uma "norma absurda, que castiga e afasta o turismo".

A escadaria foi construída por ordem do papa Clemente XI. É um dos lugares mais icônicos da cidade e serviu como locação para filmes como "A Princesa e o Plebeu", protagonizado por Audrey Hepburn e Gregory Peck, em 1953.