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Romênia: Ex-presidente será julgado por crimes contra a humanidade

Ion Iliescu, de 89 anos, é acusado de mais de mil assassinatos durante revolução de 1989, em que desenvolveu uma estratégia para tomar poder

Internacional|Da EFE

Ex-presidente é acusado por mais de mil assassinatos
Ex-presidente é acusado por mais de mil assassinatos Ex-presidente é acusado por mais de mil assassinatos

O primeiro presidente da Romênia após a queda do comunismo, Ion Iliescu, será julgado por crimes contra a humanidade pela suposta responsabilidade nos assassinatos de mais de mil civis durante a revolução de 1989.

O anúncio do julgamento foi feito nesta segunda-feira (8) em Bucareste pelo procurador-geral do país, Augustin Lazar, após dar por encerrada a controversa investigação - a mais longa da Justiça romena - sobre a violenta revolta ocorrida após a queda do ditador Nicolae Ceausescu há quase três décadas.

Segundo o site de notícias regional "Balkan Insight", além de Iliescu, de 89 anos, serão processados o ex-vice-primeiro-ministro Gelu Voican Voiculescu, de 78, e o ex-comandante da Força Aérea romena Iosif Rus, de 83 anos, enquanto outras pessoas inicialmente acusadas já morreram.

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Em comunicado, o Ministério Público afirmou que os acusados aceitaram de forma consciente o assassinato de cidadãos, porque foi provado que desenvolveram e aplicaram uma estratégia para consolidar rapidamente o poder após a derrocada e a execução de Ceausescu em 25 dezembro de 1989, fomentando uma atmosfera de caos e confusão.

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A investigação tinha sido arquivada em 2015 por falta de provas, mas foi reaberta em junho de 2016 por decisão da Alta Corte de Cassação e Política, anos depois de o Tribunal Europeu de Direitos Humanos ter solicitado ao Estado romeno que processasse os responsáveis pela violência ocorrida nas ruas do país.

A acusação se concentrou no papel desempenhado pelo chamado Conselho da Frente de Salvação Nacional, liderado por Iliescu, que exerceu os poderes Executivo e Legislativo entre 22 e 27 de dezembro daquele ano.

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Através da "desinformação" por canais oficiais e "ordens militares contraditórias", Iliescu e outros acusados teriam induzido deliberadamente o caos e "uma psicose de terrorismo generalizada" para "dar a aparência de uma guerra civil", segundo o Ministério Público, citado pelo portal "G4.media.ro".

Os promotores chegaram à conclusão de que a "revolução" foi de fato um golpe de Estado.

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Estima-se que mais de 1.100 pessoas tenham morrido em combates nas ruas no país durante aqueles dias, enquanto milhares foram feridos ou detidos.

No chamado "expediente da revolução romena" há 3.330 atas, 12 das quais correspondem às acusações, escritas pelos promotores militares e já enviadas aos tribunais, detalhou hoje Lazar, após pedir desculpas pelo tempo de duração da investigação.

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