Rússia acusa Ucrânia de ataque a duas usinas termelétricas em Donetsk
Pelo menos uma pessoa morreu e duas ficaram feridas; na região de Kharkiv, governador relata novos bombardeios russos
Internacional|Do R7, com Reuters
Duas usinas de energia termelétrica da região de Donetsk, na Ucrânia, controladas atualmente pela Rússia, foram danificadas por bombardeios durante a noite, informaram autoridades de Moscou e a agência de notícias estatal russa Tass neste domingo (8). Os ataques aconteceram poucas horas depois do fim do cessar-fogo anunciado por Vladimir Putin.
As usinas em Zuhres e Novyi Svit teriam sido atingidas por foguetes do exército ucraniano, deixando alguns trabalhadores feridos, afirmaram as autoridades, por meio do aplicativo de mensagens Telegram.
"O corpo de uma mulher foi retirado dos escombros da usina Starobesheve em Novyi Svit", disse a Tass, citando informação dada por um dos socorristas. Segundo a agência, outras duas pessoas podem estar presas nos destroços do que sobrou da usina.
A Ucrânia, que não costuma assumir publicamente a responsabilidade por ataques em territórios russos ou controlados pela Rússia, não comentou as acusações.
Combates
Oleh Sinehubov, governador da região de Kharkiv, no leste da Ucrânia, relatou, por meio do Telegram, que um homem de 50 anos morreu em consequência de um bombardeio russo na madrugada de domingo, pouco tempo depois que Moscou encerrou seu autodeclarado cessar-fogo de 36 horas. Putin prometeu continuar o combate até ser vitorioso.
Segundo Syniehubov, desde sexta-feira (6), as tropas russas estavam “aterrorizando” civis na parte nordeste de Kharkiv, com incêndios em edifícios residenciais e comerciais. Nenhuma vítima foi relatada.
Mesmo durante o cessar-fogo, foram relatados ataques russos, em pelo menos sete regiões do leste e do sul da Ucrânia, na sexta (6). Até o momento, as notícias dão conta de três mortos. As informações são do jornal britânico The Guardian.
Só nesse dia, a região de Kherson foi bombardeada pelas tropas russas 39 vezes, de acordo com o governador, Yaroslav Yanushevitch. Edifícios residenciais e um prédio do corpo de bombeiros foram atacados, um socorrista foi morto, e sete civis ficaram feridos.
Ainda durante o 'suposto' cessar-fogo, um ataque a bombas da Rússia em Bakhmut, no leste da Ucrânia, deixou dois mortos, um homem de 66 anos e uma mulher de 61, e 13 feridos, segundo relatos de militares ucranianos.
As forças russas bombardearam posições ucranianas 14 vezes e invadiram um assentamento três vezes na linha de frente da província de Luhansk, no leste, nas primeiras três horas do suposto cessar-fogo, disse seu governador, Serhiy Haidai. Ele contou que as tropas ucranianas da linha de frente ouviram explosões, que descreveram como disparos de foguetes russos. Os ucranianos dispararam de tanques.
O governador da cidade ocupada de Sevastopol, na Crimeia, foi eleito pela Rússia e disse que as defesas aéreas derrubaram um drone em um aparente ataque ao porto onde está baseada a frota russa do Mar Negro. Mikhail Razvozhaev alegou que o incidente ocorreu na manhã de sábado.
Ajuda internacional
O Ministério da Defesa do Reino Unido disse que os combates entre as forças russas e ucranianas continuaram em um “nível de rotina” no período do Natal ortodoxo. A atualização diária de inteligência do ministério afirmava que os combates estavam concentrados em terrenos densamente arborizados a oeste da cidade de Kremina, na província de Luhansk, no leste da Ucrânia, onde “a guerra evoluiu para combates de infantaria desmontada, geralmente a curta distância”.
Os Estados Unidos pediram para a Itália fornecer sistemas de defesa aérea à Ucrânia o mais rápido possível. Segundo o jornal italiano 'La Repubblica', isso aconteceu em uma conversa entre Jake Sullivan, assessor de segurança nacional dos EUA, e Francesco Talo, assessor da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, elogiou os EUA por incluir veículos blindados em seu último pacote de ajuda militar, dizendo que eles são “exatamente o que é necessário”. A mais recente assistência militar daquele país, anunciada na sexta-feira pela Casa Branca, foi a maior até agora para Kyiv e, pela primeira vez, incluiu veículos blindados Bradley.