Rússia diz estar em 'guerra contra o Ocidente' e aumenta gastos com armas em quase 70%
A medida é 'absolutamente necessária', afirmou hoje Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, durante coletiva de imprensa
Internacional|Do R7, com AFP e Reuters
Para justificar um aumento expressivo em seus gastos militares em 2024, a Rússia afirmou nesta quinta-feira (28) que está lutando uma “guerra híbrida" desencadeada pelo Ocidente. A medida é “absolutamente necessária”, afirmou hoje Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, durante coletiva de imprensa.
Segundo documento do Ministério das Finanças publicado nesta quinta-feira (28), os gastos com defesa aumentarão 68% no próximo ano em comparação com 2023, chegando a 10,8 trilhões de rublos (US$ 112 bilhões, cerca de R$ 563 bilhões).
O aumento demonstra a determinação do país de prosseguir com a ofensiva na Ucrânia. Desde o início do conflito, em fevereiro do ano passado, a Rússia reforçou sua indústria armamentista e investiu consideravelmente nas Forças Armadas, apesar da inflação e da desvalorização do rublo.
Os gastos em Defesa serão quase três vezes superiores aos reservados para Educação, Meio Ambiente e Saúde em 2024 somados, segundo cálculos da AFP feitos com base nos dados divulgados.
"O foco da política econômica é passar de uma agenda anticrise para a promoção do desenvolvimento das metas nacionais", explica o Ministério das Finanças no documento.
Isso inclui "reforçar a capacidade de defesa do país e integrar" as quatro regiões ucranianas com anexações reivindicadas por Moscou no ano passado (Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzia), segundo o documento.
O Banco Central russo advertiu que o crescimento econômico do país deve desacelerar no segundo semestre de 2023, com a inflação superando a meta de 4% fixada pela instituição.
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