Rússia busca proibir adoção de crianças russas em países 'hostis'
Se aprovada, lei impactará Austrália, Canadá, Reino Unido, Nova Zelândia, Japão, Coreia do Sul e as nações da União Europeia
Internacional|Do R7
Em plena ofensiva russa na Ucrânia, os legisladores russos apresentaram nesta segunda-feira (1º) um projeto de lei que pretende proibir os cidadãos dos países "hostis" de adotar crianças russas. Se aprovada, a ação ampliará uma lei de 2012 que impede as famílias americanas de adotarem crianças russas.
A proibição provocou uma onda de protestos na época. Os críticos do Kremlin viam como uma medida que transformava os órfãos russos em vítimas de um impasse entre Washington e Moscou.
Publicado no site da Duma Estatal, a câmara baixa do Parlamento, o novo projeto de lei propõe ampliar a proibição aos cidadãos de países que "cometam ações hostis" contra a Rússia.
Depois que a Rússia decidiu enviar suas tropas para a Ucrânia no dia 24 de fevereiro, os países ocidentais adotaram uma série de sanções contra Moscou.
Como consequência, o presidente russo Vladimir Putin decidiu ampliar a lista do que ele chama de países "hostis": Estados Unidos, Austrália, Canadá, Reino Unido, Nova Zelândia, Japão, Coreia do Sul e todas as nações membros da União Europeia.
O projeto de lei precisa ser aprovado por ambas as câmaras do Parlamento e assinado por Putin.
Por conta da aprovação de uma lei que sancionava as autoridades russas envolvidas na morte do advogado Sergei Magnitsky na prisão, em 2009, Moscou proibiu a adoção de crianças russas por famílias americanas em 2012.
Desde a introdução da lei, o número de crianças russas adotadas por famílias estrangeiras caiu drasticamente. A agência estatal de notícias Tass diz que 240 crianças da Rússia foram adotadas no exterior durante 2019 contra 2.604 em 2012.