Rússia busca retornar ao Conselho de Direitos Humanos da ONU após invadir a Ucrânia
Assembleia-Geral das Nações Unidas votará para eleger os 15 novos membros da organização nos mandatos entre 2024 e 2026
Internacional|Do R7
A Rússia, que foi expulsa do Conselho de Direitos Humanos da ONU quando invadiu a Ucrânia, tentará regressar ao órgão nesta terça-feira (10), uma possibilidade incerta que pode servir de termômetro de seu apoio internacional.
A Assembleia-Geral da ONU votará para eleger os 15 novos membros da organização, com sede em Genebra, para mandatos entre 2024 e 2026.
Os 47 atuais membros do conselho estão divididos por regiões, e cada grande grupo regional pode pré-selecionar seus candidatos, que serão aprovados pela Assembleia-Geral posteriormente.
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No entanto, neste ano, dois grupos possuem mais candidatos do que vagas disponíveis: América Latina (Brasil, Cuba, República Dominicana e Peru concorrem a três vagas) e Leste Europeu (Albânia, Bulgária e Rússia competem por duas).
A candidatura russa gerou ceticismo, e a votação acontece poucos dias depois de um ataque com mísseis à cidade ucraniana de Hroza, que deixou mais de 50 mortos.
"Esperamos que os membros da ONU rejeitem firmemente a absurda candidatura" da Rússia, declarou à AFP um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, que pediu anonimato.
"Membros das Forças russas violaram o direito humanitário internacional e cometeram crimes de guerra e contra a humanidade na Ucrânia", acrescentou.
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Mariana Katzarova, especialista da ONU, declarou recentemente que a repressão na Rússia aumentou desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, e chegou a níveis "sem precedentes na história recente".
Para aderir ao Conselho de Direitos Humanos, um país precisa reunir 97 votos dos 193 países-membros da ONU. Em abril de 2022, 93 nações votaram a favor da suspensão de Moscou do Conselho, e 24 se opuseram à decisão.
Esta votação majoritária contra a Rússia foi menos desigual que outras resoluções em defesa da integridade territorial ucraniana, com a aprovação de cerca de 140 países.
A situação deste conselho, no entanto, é mais complexa, uma vez que alguns países também são acusados de não respeitar os direitos humanos e temem enfrentar o mesmo destino.