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Rússia defende direito da Venezuela resolver crise sem interferências

Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, defendeu não intervenção nesta sexta (26) durante reunião dos Brics no Brasil

Internacional|Da EFE

Lavrov chegando para reunião dos Brics no Rio de Janeiro
Lavrov chegando para reunião dos Brics no Rio de Janeiro

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, defendeu nesta sexta-feira diante dos outros países do Brics (Brasil, Índia, China e África do Sul) o direito dos venezuelanos de resolver a atual crise de forma constitucional e sem a interferência de outros países.

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Lavrov, em resposta direta ao chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, que pouco antes pediu aos membros do Brics para "escutarem o grito do povo venezuelano por liberdade", defendeu os princípios de soberania e de não interferência internacional no caso da Venezuela.

"Necessitamos nos basear nas leis internacionais e dar apoio para que os venezuelanos cheguem a uma solução de seus problemas sem interferência externa e sempre dentro da constituição", afirmou o ministro russo na reunião de chanceleres do Brics realizada nesta sexta-feira no Rio de Janeiro.


Russo pediu 'respeito à lei internacional'

Lavrov afirmou que, assim como nos casos de tensões em África, Afeganistão, Síria e outras regiões, é necessário que a comunidade internacional respeite os princípios e leis internacionais, assim como as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.


"Necessitamos de respeito mútuo e de respeito à lei internacional e aos princípios de soberania, não intervenção e não ameaça do uso da força. Tudo isso é necessário para garantir a paz mundial. E tudo isso se aplica na nossa posição sobre a Venezuela", afirmou o ministro russo.

A crise na Venezuela é um divisor de águas dentro dos Brics porque enquanto o Governo de Jair Bolsonaro reconhece desde janeiro como chefe de Estado da Venezuela Juan Guaidó - o líder do Congresso que se autoproclamou presidente - Rússia e China mantêm o apoio a Nicolás Maduro.


O Brasil, junto com Estados Unidos e vários dos países latino-americanos, defende pressões diplomáticas e econômicas para forçar Maduro a convocar eleições e permitir uma saída negociada para a grave crise política, econômica e social vivida pelo país.

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O chanceler russo, por sua vez, afirmou que as reuniões como a realizada nesta sexta-feira pelos membros do fórum Brics são para buscar "soluções sustentáveis" e com o apoio de todos às ameaças à segurança internacional.

Pouco antes do discurso de Lavrov, Araújo pediu aos outros países dos Brics que escutem o grito do povo venezuelano por liberdade.

"No processo de construção de uma região democrática e de economias abertas na América Latina, não podemos deixar de escutar hoje um grito que pede liberdade. Esse grito vem da Venezuela, do povo venezuelano. Toda a comunidade internacional necessita escutar esse grito, entendê-lo e agir", disse o brasileiro.

"O Brasil escutou esse grito e peço a todos os senhores que também façam o mesmo. Na Venezuela há de um lado um governo constitucionalmente estabelecido e de outro um regime sustentado na força, que produz miséria e sofrimento de seu povo e que causou o êxodo de 4 milhões de venezuelanos", afirmou Araújo.

Na terceira reunião com agenda aberta dos chanceleres do Brics, que é realizada nesta sexta-feira no Palácio Itamaraty do Rio de Janeiro, participam, além de Araújo e Lavrov, os ministros da Índia, Subrahmanyam Jaishankar; da China, Wang Yi; e da África do Sul, Naledi Pandor.

O encontro, no qual os ministros tratarão sobre diferentes assuntos da agenda internacional, também é preparatório para a 11ª cúpula dos Brics, que será realizada em Brasília entre 13 e 14 de novembro e para a qual já confirmaram presença os chefes de governo dos cinco países.

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