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Rússia e China usam espiãs sedutoras para roubar segredos de países ocidentais

Casos recentes revelam como agentes infiltram empresas e políticos nos Estados Unidos e Europa

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Agentes russos e chineses usam sedução como ferramenta de espionagem nos EUA e Europa.
  • Ofensivas são descritas como uma "guerra sexual", mirando em setores tecnológicos e estratégicos.
  • Espionagem envolve desde casamentos com cidadãos americanos a "armadilhas de investimento" em eventos empresariais.
  • Prejuízos econômicos para os EUA são estimados em até US$ 600 bilhões anuais, com a China como principal beneficiária.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

A espiã russa Anna Chapman já admitiu ter usado o próprio sex appeal como arma Reprodução/Instagram/anya.chapman

Moscou e Pequim estão intensificando uma guerra de um tipo diferente contra o Ocidente. Trata-se de uma batalha travada não com armas, mas com sedução. Segundo fontes da inteligência norte-americana, agentes russos e chineses têm se infiltrado nos centros tecnológicos dos Estados Unidos, usando charme e relações íntimas como ferramentas de espionagem. O objetivo é obter segredos de Estado, inovações e informações estratégicas de defesa.


Especialistas descrevem essa ofensiva como uma “guerra sexual” moderna. Ao explorar fraquezas emocionais e psicológicas, as potências orientais buscam penetrar as defesas ocidentais por meios menos convencionais. “A China entende o nosso sistema e sabe como operá-lo com impunidade virtual”, alertou Jeff Stoff, ex-analista de segurança nacional dos EUA, em entrevista ao jornal The Sun. Segundo ele, startups, universidades e projetos financiados pelo Departamento de Defesa estão entre os principais alvos.

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James Mulvenon, diretor de inteligência da consultoria Pamir, afirmou que o cenário atual é comparável a um “Velho Oeste” digital, repleto de abordagens duvidosas. Ele relatou ter recebido inúmeros convites de jovens chinesas em redes profissionais e até a tentativa de duas mulheres de invadir um evento corporativo. “É um fenômeno estranho, mas real”, afirmou.


Fontes de contrainteligência dizem que o uso de espiãs sedutoras está em expansão e com resultados devastadores. Enquanto os Estados Unidos mantêm limites éticos para esse tipo de ação, China e Rússia aproveitam o que chamam de “vantagem assimétrica” na guerra da sedução. Um ex-oficial citou o caso de uma russa “muito bonita” que se casou com um engenheiro aeroespacial americano e hoje transita entre o setor de criptomoedas e o de defesa, mantendo o marido “completamente alheio” à operação.


Para os investigadores, a China transformou seu próprio povo em uma rede potencial de agentes. Empresários, estudantes e turistas podem servir de ponte para coletar dados. “Não estamos mais atrás de um agente da KGB em um quarto esfumaçado”, disse um responsável pela contraespionagem. “Agora, enfrentamos uma estratégia de toda uma sociedade.”


Os prejuízos econômicos são colossais. Estima-se que o roubo de segredos industriais custe aos contribuintes americanos até US$ 600 bilhões por ano, sendo a China a principal beneficiária. Um dos casos mais notórios envolveu Klaus Pflugbeil, acusado de tentar vender projetos roubados da Tesla por US$ 15 milhões. Segundo o Departamento de Justiça, o golpe poderia ter reforçado a liderança chinesa no setor de veículos elétricos.

Outros métodos de espionagem

As operações chinesas não se limitam à sedução amorosa. Autoridades alertam sobre “armadilhas de investimento” em competições e eventos empresariais. Startups são convidadas a apresentar projetos diante de jurados e câmeras, revelando segredos comerciais. Em alguns casos, os prêmios são pagos diretamente em contas pessoais, um método suspeito que pode abrir brechas legais e financeiras.

Enquanto isso, Moscou aposta em táticas mais clássicas. Anna Chapman, a espiã russa de cabelos ruivos que ficou famosa em 2010, teria voltado à ativa sob um novo nome, agora à frente de um museu de inteligência ligado ao Kremlin. Chapman já admitiu publicamente ter usado o próprio “sex appeal como arma mágica”.

Outra figura conhecida, Aliia Roza, disse ter sido treinada em uma academia militar russa especializada em técnicas de sedução. Segundo ela, “80% da confiança de um alvo se constrói pela experiência sexual”. O método, afirma, é ensinado como ferramenta essencial de manipulação emocional e obtenção de informações sensíveis.

Em Londres, duas búlgaras, Cvetelina Gencheva e Tsvetanka Doncheva, foram recentemente identificadas como integrantes de uma célula russa que espionava opositores de Vladimir Putin. Elas trabalhavam sob as ordens de Orlin Roussev, um ex-técnico que coordenava missões de sedução e vigilância em redes ocidentais. Um dos alvos, o jornalista Roman Dobrokhotov, chegou a ser seguido em um voo enquanto digitava o código do celular.

A China também tem seus rostos conhecidos nessa guerra velada. Fang Fang, acusada de atuar entre 2011 e 2015, manteve relações com dois prefeitos americanos e cultivou laços com políticos do Partido Democrata, como o deputado Eric Swalwell. O FBI registrou encontros íntimos entre ela e autoridades antes de sua fuga para a China. Fang usava charme e doações de campanha para ampliar a influência de Pequim nos círculos de poder.

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