Rússia enviará 2 observadores para eleições ucranianas
O parlamento ucraniano proibiu na semana passada por lei a presença de observadores russos no pleito, pois consideram a Rússia um Estado 'agressor' e 'ocupante'
Internacional|Da EFE
A Chancelaria da Rússia anunciou nesta quarta-feira que enviará dois observadores às eleições presidenciais ucranianas de 31 de março, apesar da proibição por lei sobre a presença de cidadãos russos nas missões de observação.
A Rússia acredita que seus enviados "dispõem das condições necessárias para o cumprimento de suas funções como observadores", afirma o comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
A nota destaca que o Escritório para Instituições Democráticas e Direitos Humanos (ODIHR) da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) enviou ontem a Moscou o convite para incluir dois dos seus observadores na missão de curto prazo.
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Além disso, lembra que a Ucrânia já rejeitou então a solicitação para credenciar outros dois observadores russos para a missão a longo prazo.
"Contudo, a parte russa se propõe exercer o seu direito de participar da observação internacional do pleito de outro Estado da OSCE, neste caso a Ucrânia", ressalta.
A Rússia lembra que todos os países da OSCE são obrigados a garantir o acesso dos demais membros às suas eleições.
"Tal medida está ligada a garantir a transparência e o caráter democrático dos processos eleitorais", explica.
Na última sexta-feira a Chancelaria russa anunciou que não enviaria observadores às eleições presidenciais ucranianas por motivos de segurança.
"A ausência de observadores russos no seio das missões internacionais somadas à privação a milhões de ucranianos da opção de votar em território russo nas eleições à Presidência da Ucrânia põem em dúvida a transparência e objetividade dos resultados da expressão popular", aponta o comunicado oficial.
A Enseada Suprema (parlamento ucraniano) proibiu na semana passada por lei a presença de observadores russos no pleito a fim de "minimizar os riscos e as ameaças de ingerência da Federação Russa nas eleições na Ucrânia".
Os deputados lembram que nos grupos de observadores enviados pelas organizações internacionais não pode haver cidadãos russos, já que a própria Enseada considerou então a Rússia como um Estado "agressor" e "ocupante".
Tais observadores "podem ser motivo para um ataque informativo através de uma manipulação de fatos relativos ao processo eleitoral".
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, já havia expressado então sua intenção de ordenar aos guardas fronteiriços que impeçam a entrada de observadores russos no país.