Rússia exige que ucranianos se rendam em Mariupol e faz novo bombardeio perto de Kiev
Presidente da Ucrânia diz que situação em Mariupol é 'desumana'; ataques russos se intensificaram após o naufrágio do Moskva, o maior navio de guerra russo, nesta semana
Internacional|Do R7, com informações da AFP
A Rússia deu um ultimato neste domingo (17) aos últimos ucranianos que ainda defendem a cidade de Mariupol e exigiu que os soldados se rendam e deixem a cidade. Mariupol, que já está praticamente tomada pelo Exército de Putin, é um ponto estratégico no sudeste da Ucrânia e sua conquista representaria uma vitória importante para Moscou.
As forças russas também anunciaram que bombardearam outra fábrica militar nos arredores de Kiev neste domingo, em um momento de intensificação dos ataques ao redor da capital ucraniana, após a destruição do Moskva, o maior navio de guerra russo, no mar Negro.
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O presidente ucraniano Volodmir Zelenski afirmou, no sábado (16) à noite, que a situação em Mariupol é "desumana", enquanto a Rússia diz estar controlando quase toda a cidade.
Zelenski ressaltou que há apenas "duas opções": o fornecimento, por parte dos países ocidentais, de "todas as armas necessárias" para romper o longo cerco de Mariupol ou "o caminho da negociação", em que o papel dos aliados deve ser igualmente decisivo.
As declarações de Zelenski coincidiram com um comunicado do Ministério de Defesa russo, que pedia aos últimos soldados ucranianos, entrincheirados num enorme complexo metalúrgico em Mariupol, que abandonassem a luta e se rendessem.
Últimos soldados da resistência
"Todos aqueles que abandonarem suas armas terão a garantia de salvar suas vidas (...) É sua única chance", disse o ministério russo no Telegram, assegurando que o complexo metalúrgico é o último foco de resistência na cidade ucraniana.
Nas primeiras horas deste domingo, a Ucrânia disse que os russos haviam bombardeado a cidade e "realizado operações de assalto perto do porto", sem mencionar o ultimato russo.
Mariupol, com 440 mil habitantes antes da guerra, é um alvo crucial para Moscou e o último obstáculo para garantir o controle russo na faixa marítima que vai dos territórios separatistas pró-russos do Donbass até a Criméia.