Rússia não espera mudanças nas relações com EUA de Biden
O ministro das relações exteriores, Sergey Lavrov denunciou que, durante os últimos anos, foi semeada nos EUA uma russofobia profunda
Internacional|Da EFE
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, disse não acreditar que as relações entre Rússia e Estados Unidos, deterioradas nos últimos anos, mudarão com o democrata Joe Biden como presidente dos Estados Unidos.
"Nossos politólogos, e eu concordo totalmente com eles, não esperam mudanças revolucionárias" na política exterior dos EUA em relação à Rússia, afirmou durante uma entrevista à imprensa russa e estrangeira, mas admitiu que "fazer previsões neste momento é não é uma ideia muito proveitosa".
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O chefe da diplomacia russa observou que os Estados Unidos estão "profundamente divididos" atualmente, o que ficou evidente nas eleições presidenciais.
"É claro que os políticos responsáveis devem buscar algumas garras para superarem esta divisão e promoverem ideias unificadoras que aproximem o povo americano", opinou. Para muitos observadores, disse Lavrov, um desses "denominadores comuns" são as relações com a Rússia.
Lavrov denunciou que, durante os últimos anos, foi semeada nos EUA uma russofobia profunda: "Seria uma pena se eles tentassem unificar os EUA com base na russofobia. Veremos", advertiu.
Para o ministro, as declarações de Biden indicam que sua política externa seguirá o curso da política implementada pelo governo do ex-presidente Barack Obama.
Tratado de armas nucleares
Lavrov também não se mostrou otimista quanto à possibilidade de ambos os países conseguirem estender nas próximas semanas o tratado New Start para a redução de armas nucleares, o único que resta entre as duas potências e que expira em 5 de fevereiro.
"Em meio à turbulência nos EUA durante a contagem dos votos, processos e outros distúrbios, não podemos esperar nem da equipe de (Donald) Trump, nem da futura equipe Biden, qualquer proposta concisa e realista não influenciada pela situação imediata. Esperamos que tudo se acalme", comentou.
"Queríamos prorrogá-lo, e colocamos sobre a mesa tudo que era necessário. Agora, cabe a eles responderem. Se a resposta for negativa, viveremos sem este acordo. Temos o necesário para garantir nossa segurança", analisou Lavrov.