Rússia pede 18 anos de prisão para americano acusado de espionagem
Ex-fuzileiro naval está detido desde dezembro de 2018. Apesar de pedidos de julgamento transparente, tribunal tomou decisão a portas fechadas
Internacional|Da EFE
O Ministério Público da Rússia pediu nesta segunda-feira (25) uma pena de 18 anos de prisão para o cidadão americano Paul Whelan, ex-fuzileiro naval dos Estados Unidos detido em Moscou em dezembo de 2018 acusado de espionagem.
"A promotoria do Tribunal de Moscou solicitou uma pena muito severa: 18 anos de prisão", disse Vladimir Zherebenkov, advogado de Whelan, citado pela agência "Interfax".
De acordo com o advogado, a sentença será anunciada no dia 15 de junho. Zherebenkov destacou que Whelan disse ser inocente e pediu para ser absolvido.
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O advogado afirmou que as provas apresentadas contêm "indícios de incitação ao crime por parte de uma pessoa, que tomou a iniciativa em tudo isto", e que a maioria das testemunhas da acusação foram agentes dos serviços secretos russos.
Os Estados Unidos tinham pedido um processo justo e transparente para Whelan, que também é cidadão canadense e britânico, mas o julgamento foi realizado de portões fechados, decisão que o tribunal adotou com o argumento de que os materiais do caso continham informações confidenciais.
"Isto é um problema em nossas relações, é horrível a forma como tratam Paul", disse à imprensa o embaixador dos EUA na Rússia, John Sullivan, no início do julgamento.
Whelan, de 50 anos, foi detido em 28 de dezembro de 2018 por agentes do Serviço Federal de Segurança (FSB, antiga KGB) em um hotel de Moscou por supostas "atividades de espionagem" a favor dos Estados Unidos.
O ex-fuzileiro naval supostamente recebeu de um conhecido um cartão de memória que "continha a lista completa dos funcionários de um serviço secreto" russo.
O acusado negou todas as acusações e classificou o caso como um "sequestro político". A família justificou que Whelan viajou a Moscou para comparecer a um casamento.