Rússia planeja ataques violentos de sabotagem a países europeus, alertam agências de inteligência
Segundo jornal Financial Times, agentes de Moscou planejam operações de explosão e destruição de infraestrutura
Internacional|Do R7
A Rússia planeja realizar atos violentos de sabotagem contra diversos países europeus, alertaram agências de inteligência de nações do continente. Segundo o jornal Financial Times, que publicou o alerta, as medidas envolveriam “bombardeios secretos, danos logísticos e incêndios criminosos”, com possíveis baixas civis.
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Os possíveis atos de sabotagem marcariam uma escalada no conflito entre a Rússia e países da Europa Ocidental, acirrado após a invasão da Ucrânia. Nesta segunda-feira (6), o governo de Vladimir Putin anunciou exercícios com armas nucleares táticas, em resposta à sugestão de que países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) podem enviar tropas ao território ucraniano.
“Avaliamos que o risco de atos de sabotagem controlados pelo Estado é significativamente maior”, afirmou Thomas Haldenwang, chefe da inteligência doméstica alemã, em entrevista ao Financial Times. Em abril, a Alemanha anunciou a detenção de dois suspeitos de espionar para a Rússia, que supostamente planejavam realizar ataques de sabotagem, inclusive contra unidades militares dos Estados Unidos no país.
Países como a Estônia, Suécia e Reino Unido investigam atos criminosos contra ferrovias, veículos oficiais e remessas de ajuda para a Ucrânia. Governos dos três países suspeitam de envolvimento direto de agentes secretos russos. Em um dos casos, uma explosão foi registrada em uma fábrica de munições da BAE Systems no Reino Unido, uma multinacional que fornece material para a Ucrânia.
A suspeita de especialistas em inteligência é que o governo russo quer sobrecarregar os serviços de segurança de países-membros da Otan, com atos de sabotagem, campanhas de marketing fraudulentas e ataques hacker. Existe também a possibilidade desses ataques serem uma preparação para a ataques futuros mais severos.
Relatórios recentes também apontaram que, para evitar envolvimento direto de agentes secretos profissionais, o Kremlin usa imigrantes russos e até grupos mafiosos como agentes de espionagem.