Rússia pode oferecer asilo a Maduro, mas não deve lutar por influência na Venezuela, diz pesquisadora

As autoridades venezuelanas detectaram caças de combate norte-americanos sobrevoando uma região perto de Caracas. As manobras foram consideradas como uma ameaça à soberania do país e uma ação provocativa.

Já Donald Trump não poupou esforços em afirmar que não descartou a ideia de uma possível guerra com a Venezuela, afirmando que haverá novas apreensões de petroleiros nas águas venezuelanas. O presidente se recusou a dizer se a queda de Nicolás Maduro era o objetivo final da operação, e afirmou: “Ele sabe exatamente o que eu quero”.

Em entrevista ao Conexão Record News desta sexta (19), a especialista em ciência política Giovana Branco explicou que há uma preocupação no ar sobre os objetivos e intervenções dos Estados Unidos, já que, segundo ela, tal ação pode de alguma forma escalar violências e problemas para outros países na região.

“Isso é uma preocupação central para o Brasil também, que tem observado com bastante cautela esse novo envolvimento dos Estados Unidos aqui no nosso continente, já que historicamente o governo brasileiro tem boas relações com a Venezuela, mas no atual momento tem tido bastante dificuldade de manter algum tipo de diálogo diplomático com os países”, enfatiza.

A especialista ainda argumentou sobre a redução de intervenção dos Estados Unidos na Ucrânia e o mesmo para a Rússia na Venezuela: “Parece haver um acordo tácito entre Estados Unidos e Rússia sobre dividir as tensões do mundo [...] Eu diria que, em termos práticos, a Rússia poderia oferecer asilo político ao Maduro e à sua família. Talvez isso já fosse o suficiente para permitir a retirada dele do país, mas não necessariamente a manutenção de uma influência russa no longo prazo na Venezuela”, afirma.

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