Rússia provoca queda do índice de liberdade global na internet
Relatório aponta que guerra na Europa impactou o uso da web não só nos países envolvidos como em todo o planeta
Internacional|Do R7
A liberdade global na internet retrocedeu pelo 12º ano consecutivo, em particular devido à situação na Rússia, afirma um estudo divulgado nesta terça-feira (18) pelo grupo americano Freedom House, que no entanto registra progressos em países menores.
O relatório da organização de defesa e pesquisa da democracia atribui o retrocesso ao agravamento das liberdades digitais na Rússia, Mianmar, Sudão e Líbia.
Ao mesmo tempo, o estudo destaca que 26 nações, como Gâmbia ou Zimbábue, registraram avanços neste campo, o que representa um recorde.
Allie Funk, coautora do relatório, explica que a sociedade civil começou a observar os frutos das políticas de defesa da liberdade na internet ao redor do mundo.
"Nos últimos três a cinco anos foi observada uma grande ênfase nos direitos humanos online, de governos democráticos investindo muito dinheiro em programas para a liberdade na internet e empresas de tecnologia – algumas delas – que começam a prestar atenção nestes temas", afirmou Funk, diretora de pesquisa para Tecnologia e Democracia na Freedom House.
Mas a "invasão da Ucrânia pela Rússia minou a liberdade na internet, não apenas na Rússia e na Ucrânia, mas globalmente", disse, antes de destacar, no entanto, que a perspectiva geral é "na verdade muito mais positiva do que o que tínhamos antes".
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A Freedom House atribui uma pontuação de 0 a 100 para vários indicadores vinculados à questão, como o acesso à internet, os limites ao conteúdo ou as violações aos direitos dos usuários.
A avaliação da Rússia perdeu sete pontos e atingiu o menor índice depois que Moscou bloqueou sites e redes sociais para eliminar a divulgação de pontos de vistas diferentes aos do governo sobre a guerra.
A China recebeu novamente a pior nota do estudo, que destaca uma grande censura em informações sobre a pandemia, os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim ou o desaparecimento temporário da tenista Peng Shuai.
O relatório afirma ainda que o futuro da internet será decidido por "Estados pendulares": grandes países como Brasil, Índia ou Nigéria com um balanço desigual.
"O progresso destes países pode garantir a sobrevivência de uma internet livre e aberta. Ou pode unir forças com poderes autoritários para promover um modelo mais fechado de soberania cibernética", aponta o estudo.
Entre junho e maio de 2021, o estudo registrou controles sobre a internet nos 70 países avaliados, com exceção de Canadá, Costa Rica, Islândia e Japão.
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