Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Rússia ratifica nesta sexta (30) a anexação de territórios ucranianos

Cerimônia acontecerá em Moscou com a presença do presidente do país, Vladimir Putin, que deverá discursar no evento

Internacional|Do R7, com informações da AFP

Vladimir Putin assinará documento que confirma anexação nesta sexta-feira (30)
Vladimir Putin assinará documento que confirma anexação nesta sexta-feira (30)

O presidente russo, Vladimir Putin, formaliza nesta sexta-feira (30), em uma cerimônia em Moscou, a anexação de territórios ucranianos à Rússia, processo amplamente criticado pela comunidade internacional.

A Ucrânia, que tem o apoio dos países ocidentais, prometeu continuar com a contraofensiva iniciada há um mês e que provocou o recuo do Exército russo, o que levou Putin a convocar centenas de milhares de reservistas.

A cerimônia no Kremlin ratificará a anexação de quatro regiões da Ucrânia parcialmente controladas por Moscou: Donetsk e Lugansk, no leste; Kherson e Zaporizhzhia, no sul.

De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, Putin fará um discurso na tarde desta sexta (manhã no Brasil) durante a assinatura do acordo que reconhece as quatro regiões como russas.


A capital russa prepara uma festa para celebrar a anexação das quatro regiões ucranianas, que acontecerá após a organização de "referendos" nas localidades.

Grande parte do centro de Moscou permanecerá fechado aos veículos. De acordo com a imprensa russa, um show será organizado diante da sede da Presidência, e Putin poderá, inclusive, aparecer.


As autoridades designadas pela Rússia para as quatro regiões ucranianas desembarcaram na quarta-feira (28) à noite em Moscou, segundo as agências de notícias russas.

Na última quinta-feira (29), o presidente Putin afirmou que os conflitos em países da antiga URSS, incluindo o da Ucrânia, são, "evidentemente", o "resultado da queda da União Soviética". Segundo o mandatário, está se formando, neste momento, "uma ordem mundial mais justa", por meio de um "processo difícil".


Mesmo cenário da Crimeia

Soldado russo chega à região da Crimeia, controlada pela Rússia desde 2014
Soldado russo chega à região da Crimeia, controlada pela Rússia desde 2014

A Rússia acelerou o processo de anexação das regiões, após a grande contraofensiva de Kiev. A Ucrânia e os países ocidentais chamaram as votações de "farsas" e já afirmaram que não vão reconhecer a anexação dos territórios.

"Qualquer decisão de proceder à anexação das regiões ucranianas de Donesk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia não terá qualquer valor legal e merece ser condenada. [...] É uma escalada perigosa. Isso não tem lugar no mundo moderno", declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Até a China, grande aliada da Rússia, pediu respeito à "integridade territorial de todos os países".

A Rússia segue o mesmo roteiro da anexação em 2014 da Crimeia, uma península do sul da Ucrânia, que também não foi reconhecida pela comunidade internacional. A união dos territórios ucranianos representa uma escalada na ofensiva de Moscou.

Várias autoridades e analistas russos afirmaram que, quando essas áreas forem anexadas e consideradas por Moscou como parte do próprio território, a Rússia poderá usar armas nucleares para "defendê-las".

Na semana passada, Putin declarou que a Rússia estava disposta a recorrer a "todos os meios" do arsenal do país para "defender" o território.

Combates

Autoridades russas espalham símbolos do país pela Ucrânia
Autoridades russas espalham símbolos do país pela Ucrânia

Depois de recuperar grande parte do nordeste do território ucraniano, Kiev parece preparar uma operação para tentar reconquistar Lyman, cidade da região de Donetsk e importante centro ferroviário que o Exército russo controla desde maio.

As tropas ucranianas mantêm silêncio sobre as operações em curso, mas as autoridades separatistas na região já admitiram a dificuldade dos combates. "O inimigo executa ataques para nos cercar", declarou Alexei Nikonorov, funcionário do governo de ocupação de Donetsk, a um canal russo.

O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), um centro de pesquisas com sede nos Estados Unidos, destacou que "combates significativos" estão acontecendo na região. A reconquista de Lyman permitiria a Kiev avançar tanto na região de Donetsk como na vizinha Lugansk.

Ao mesmo tempo, as forças ucranianas recuperaram o controle da totalidade da cidade de Kupiansk, no nordeste, e expulsaram tropas russas da margem oriental do rio Oskil, constatou um repórter da AFP.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.