Rússia reabre estreito próximo à Crimeia após impasse com Ucrânia
No domingo (25), russos alvejaram e apreenderam embarcações militares ucranianas, medida que desencadeou uma nova crise entre os dois países
Internacional|Do R7
A Rússia reabriu o Estreito de Kerch, próximo da Crimeia, à navegação comercial nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira (26) depois de alvejar e apreender três embarcações militares ucranianas um dia antes, uma medida que desencadeou uma nova crise perigosa entre os dois países.
Ainda na manhã desta segunda-feira o serviço de segurança russo FSB disse que barcos de sua patrulha de fronteira confiscaram duas pequenas embarcações de artilharia blindadas e um rebocador da Ucrânia depois de disparar contra elas e ferir vários marinheiros — o confronto mais grave entre Moscou e Kiev em anos.
A Rússia, que havia bloqueado o Estreito de Kerch para impedir que os navios passassem do Mar Negro para o Mar de Azov, disse que a pequena flotilha não a notificou de seus planos com antecedência e ignorou alertas para parar quando fazia manobras perigosas.
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As relações estão tensas desde que a Rússia anexou a Crimeia em 2014 e deu apoio a uma insurgência pró-Moscou no leste da Ucrânia. O incidente cria o risco de lançar as duas nações em um conflito mais amplo e deve provocar novos clamores ocidentais de mais sanções contra a Rússia.
Kiev, que negou que suas embarcações tenham feito algo errado, acusou a Rússia de agressão militar e pediu à comunidade internacional que se mobilize para punir Moscou.
O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) se reunirá para debater os últimos acontecimentos ainda nesta segunda-feira a pedido da Rússia e da Ucrânia, disseram diplomatas.
A União Europeia disse em um comunicado que espera que a Rússia restaure a liberdade de navegação no Estreito de Kerch e exortou os dois lados a agirem com a máxima moderação para apaziguar a situação. Uma porta-voz da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) emitiu um apelo semelhante para os dois lados.
O ministro das Relações Exteriores dinamarquês, Anders Samuelsen, disse no Twitter que seu país deu apoio total à Ucrânia.
"O acontecimento é muito perturbador e pode se agravar", disse. A chanceler do Canadá, Chrystia Freeland, disse que seu país também repudiou o que classificou como uma agressão russa e pediu que Moscou liberte as embarcações capturadas.
Uma testemunha da Reuters disse que as três embarcações navais ucranianas apreendidas pela Rússia estão no porto de Kerch, na Crimeia.