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Rússia revive táticas da era soviética para reprimir opositores, diz relatora da ONU

Casos de uso coercitivo da psiquiatria cresceram para uma média de 23 por ano desde 2022; Moscou diz que trabalho da relatora é ‘ilegítimo’

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A Rússia retoma práticas soviéticas, como tratamento psiquiátrico forçado, para silenciar opositores e ativistas anti-guerra na Ucrânia.
  • A relatora da ONU, Mariana Katzarova, denuncia o aumento sistemático da repressão e uso coercitivo da psiquiatria, com média de 23 casos anuais desde 2022.
  • Exemplos incluem a jornalista Maria Ponomarenko, sentenciada a 10 anos de prisão e forçada a tratamento psiquiátrico devido a críticas à guerra.
  • Mais de 20 mil pessoas foram presas por se manifestarem contra a guerra desde fevereiro de 2022, com uso de tortura e prisões arbitrárias.

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Kremlin afirma que políticas são necessárias para preservar a estabilidade do país Reprodução/ Record News - 08.09.2025

A Rússia voltou a usar práticas associadas ao período soviético, como o tratamento psiquiátrico forçado, para silenciar dissidentes e ativistas contrários à guerra na Ucrânia. A denúncia foi feita nesta segunda-feira (22) em Genebra por Mariana Katzarova, relatora especial da ONU para direitos humanos na Rússia.

Em relatório publicado neste mês, Katzarova afirmou que a repressão do Kremlin está se tornando sistemática, apoiada em leis de segurança nacional e em medidas que atingem jornalistas, ativistas e opositores políticos. “A psiquiatria punitiva retornou como uma ferramenta contra as vozes anti-guerra”, disse a especialista.


Segundo a relatora, casos de uso coercitivo da psiquiatria cresceram para uma média de 23 por ano desde 2022, contra cinco anuais registrados entre 2015 e 2021. “É a velha ferramenta soviética para atrair dissidentes, neste caso, ativistas anti-guerra e também jornalistas”, afirmou.

Um dos exemplos citados por Katzarova é o da jornalista Maria Ponomarenko, obrigada a se submeter a tratamento psiquiátrico obrigatório por sua postura crítica em relação à guerra. Detida em 2023 por “espalhar notícias falsas” sobre a invasão da Ucrânia, Ponomarenko recebeu em março uma nova sentença de 10 anos de prisão.


Em resposta, a missão diplomática russa em Genebra encaminhou uma declaração do ministro das Relações Exteriores datada de 8 de setembro. O documento afirma que Moscou não reconhece o mandato de Katzarova e considera seu trabalho ilegítimo. O governo russo já havia rejeitado críticas anteriores, classificando-as como infundadas e parte de uma campanha de difamação do Ocidente.

Leia mais:

O relatório também aponta que leis sobre agentes estrangeiros e disseminação de informações falsas estão sendo usadas em larga escala para restringir liberdades civis e retratar opositores como inimigos do Estado. De acordo com o grupo de direitos humanos russo OVD-Info, mais de 20 mil pessoas foram presas por expressarem posições contra a guerra desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia, em fevereiro de 2022.


Entre as medidas relatadas, além da psiquiatria coercitiva, estão tortura, processos criminais e prisões arbitrárias. Katzarova destacou que algumas vítimas foram submetidas a testes invasivos e a internações forçadas em hospitais psiquiátricos, o que classificou como uma “experiência cicatrizante”.

O governo russo afirma que essas políticas são necessárias para preservar a estabilidade interna e acusa agências de inteligência ocidentais de tentar desestabilizar o país.

Perguntas e Respostas

 

Quais práticas a Rússia está utilizando para reprimir opositores?

 

A Rússia voltou a usar práticas associadas ao período soviético, como o tratamento psiquiátrico forçado, para silenciar dissidentes e ativistas contrários à guerra na Ucrânia. Essa denúncia foi feita por Mariana Katzarova, relatora especial da ONU para direitos humanos na Rússia.

 

Como a repressão do Kremlin está se manifestando?

 

Segundo o relatório de Katzarova, a repressão está se tornando sistemática, apoiada em leis de segurança nacional que afetam jornalistas, ativistas e opositores políticos. Ela afirmou que "a psiquiatria punitiva retornou como uma ferramenta contra as vozes anti-guerra".

 

Qual é a tendência no uso coercitivo da psiquiatria na Rússia?

 

Casos de uso coercitivo da psiquiatria cresceram para uma média de 23 por ano desde 2022, em comparação com cinco anuais registrados entre 2015 e 2021. Katzarova descreveu isso como uma "velha ferramenta soviética" para silenciar dissidentes, incluindo ativistas anti-guerra e jornalistas.

 

Quem é um exemplo de vítima dessa repressão?

 

Um exemplo citado por Katzarova é a jornalista Maria Ponomarenko, que foi obrigada a se submeter a tratamento psiquiátrico obrigatório devido à sua postura crítica em relação à guerra. Ela foi detida em 2023 por "espalhar notícias falsas" sobre a invasão da Ucrânia e recebeu uma nova sentença de 10 anos de prisão em março.

 

Como o governo russo respondeu às críticas?

 

A missão diplomática russa em Genebra enviou uma declaração do ministro das Relações Exteriores, afirmando que Moscou não reconhece o mandato de Katzarova e considera seu trabalho ilegítimo. O governo russo já havia rejeitado críticas anteriores, classificando-as como infundadas e parte de uma campanha de difamação do Ocidente.

 

Quais leis estão sendo utilizadas para restringir liberdades civis na Rússia?

 

O relatório aponta que leis sobre agentes estrangeiros e disseminação de informações falsas estão sendo amplamente utilizadas para restringir liberdades civis e retratar opositores como inimigos do Estado. De acordo com o grupo de direitos humanos OVD-Info, mais de 20 mil pessoas foram presas por expressarem posições contra a guerra desde o início da invasão em fevereiro de 2022.

 

Quais outras medidas de repressão foram relatadas?

 

Além da psiquiatria coercitiva, foram relatadas tortura, processos criminais e prisões arbitrárias. Katzarova destacou que algumas vítimas foram submetidas a testes invasivos e internações forçadas em hospitais psiquiátricos, classificando essas experiências como "cicatrizantes".

 

Qual é a justificativa do governo russo para essas políticas?

 

O governo russo afirma que essas políticas são necessárias para preservar a estabilidade interna e acusa agências de inteligência ocidentais de tentar desestabilizar o país.

 

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