O presidente da Rússia, Vladimir Putin, concordou, nesta segunda-feira (16) em propor uma trégua humanitária na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. A decisão foi tomada durante conversa telefônica com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e os mandatários de Egito, Irã e Síria. “É unânime a opinião sobre a necessidade de um imediato cessar-fogo e o estabelecimento de uma trégua humanitária, a fim de fornecer assistência urgente a todos os necessitados”, afirmou o Kremlin em um comunicado. Os cinco líderes — incluindo o egípcio Abdul Fatah Al-Sisi, o iraniano Ebrahim Raisi e o sírio Bashar al-Assad — manifestaram uma “extrema preocupação” com a situação na Faixa de Gaza. Os interlocutores de Putin defenderam “o levantamento do bloqueio a Gaza para o fornecimento urgente de medicamentos, alimentos e outros itens de primeira necessidade”. Putin também se mostrou preocupado com a possibilidade de o conflito "se transformar em uma guerra regional". O presidente russo expressou sua vontade de coordenar esforços com todos os "parceiros construtivos" para cessar as hostilidades o mais rapidamente possível e estabilizar a situação. “Por esta razão, a Rússia apresentou um projeto de resolução ao Conselho de Segurança da ONU sobre a declaração imediata de uma trégua humanitária de natureza equilibrada e apolítica”, afirmou. Todos concordaram em salientar que a razão para a atual escalada “sem precedentes” é a longa estagnação do processo de colonização no Oriente Médio, razão pela qual Putin se pronunciou a favor da sua retomada. Putin ressaltou que o objetivo deste processo deve ser uma decisão justa e duradoura sobre o problema palestino que contemple a criação de um Estado palestino independente que viva em paz e segurança com Israel. O Kremlin anunciou que o presidente abordará também hoje esta questão em uma conversa telefônica com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Na sexta (13), Putin advertiu que as vítimas civis que uma operação terrestre israelense causaria na Faixa de Gaza são “inaceitáveis”. Segundo o chefe do Kremlin, o surto de violência no Oriente Médio é uma “grande tragédia”, que é o resultado do fracasso da política dos EUA naquela região.Após avisos de Israel, moradores vão para o sul de Gaza; veja fotos