Saiba o que disseram as autoridades mundiais na abertura da COP26
Cúpula ocorre em Glasgow, na Escócia, e tem o objetivo de discutir avanços no enfrentamento do aquecimento global
Internacional|Do R7
Líderes mundiais e personalidades importantes discursaram durante a abertura da COP26, em Glasgow, nesta segunda-feira (1º), para discutir avanços no enfrentamento do aquecimento global.
Na edição deste ano, os líderes vão avaliar o que foi feito desde o Acordo de Paris, marco nas negociações sobre o clima, assinado por quase 200 nações na COP21, em 2015, com o objetivo de evitar a mudança climática catastrófica do planeta. Desde então, a comunidade internacional espera uma atualização dos compromissos.
Confira alguns trechos das falas de abertura da cúpula:
Boris Johnson
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, comparou os desafios da conferência com uma bomba-relógio em uma missão de James Bond, o famoso agente secreto do cinema.
"Sejam bem-vindos à Escócia, cujo filho mais famoso é James Bond. Estamos naquela situação em que ele vai definir qual fio da bomba-relógio deve ser cortado. A situação dos líderes globais hoje é parecida. O fator trágico é que não estamos em um filme, e essa bomba-relógio é real", iniciou Johnson.
O líder apontou para o grave avanço do aquecimento global e relembrou os compromissos firmados pelos países no passado.
António Guterres
O secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, disse que "falhar não é uma opção".
Ele pediu ações concretas para diminuir as emissões de gases de efeito estufa em 45% até 2030. Segundo Guterres, os países do G20 têm uma responsabilidade especial porque representam 80% das emissões, mas os países em desenvolvimento também precisam fazer sua parte.
Príncipe Charles
O príncipe Charles, filho da Rainha Elizabeth 2ª, pediu a união entre os países no combate às mudanças climáticas. "Os nossos esforços não podem se reduzir a iniciativas individualizadas. A ameaça enfrentada pede uma solução global, coletiva, fundamentada em uma mudança radical da economia baseada no combustível fóssil."
"Meu pedido hoje é que os países trabalhem juntos para criar um ambiente que permita a cada setor da indústria trabalhar como o esperado", concluiu.
O príncipe de Gales pediu que os países encontrem maneiras práticas de superar suas diferenças, para que todos trabalhem juntos para salvar o planeta e o futuro ameaçado das próximas gerações.
Emmanuel Macron
Por sua vez, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que o objetivo de limitar o aumento da temperatura média mundial até 2100 a no máximo 1,5 grau ainda está fora do horizonte.
"Nossa trajetória atual nos leva a 2,7 graus. A chave, para os próximos 15 dias, é que os maiores emitentes cuja estratégia nacional não cumpra o objetivo de 1,5 grau aumentem suas ambições”, disse ele na abertura da COP26. “Todas as economias desenvolvidas devem contribuir com sua parte justa.”
O presidente francês também fez um apelo em nome das futuras gerações. “Os nossos jovens querem que nos comprometamos, querem que as nossas ações sigam."
Justin Trudeau
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, pediu que os líderes mundiais façam "mais e mais rápido" e se comprometeu formalmente a limitar as emissões produzidas pela indústria de petróleo e gás, uma das maiores de seu país.
"Vamos estabelecer um limite para as emissões da indústria de petróleo e gás hoje, para garantir que amanhã elas comecem a ser reduzidas em um ritmo e uma escala necessários para que sejam zeradas até 2050", disse o canadense em seu discurso.
Ele afirmou que a tarefa é difícil, mas que o governo do Canadá prometeu dobrar o financiamento para a área, "incluindo até 1 bilhão de dólares [canadenses, cerca de R$ 4,6 bilhões] para a transição, para abandonar o carvão e para lidar com as consequências das mudanças climáticas".
Para Trudeau, o enfrentamento da situação é urgente. "A ameaça das mudanças climáticas não tem fronteiras, e é por isso que precisamos trabalhar juntos para obter resultados concretos. Precisamos agir com a mesma urgência e cooperação com que agimos contra a pandemia. Precisamos fazer mais", declarou.