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Sánchez recusa se aliar ao PP e Espanha pode viver novo bloqueio

Faltando menos de 10 dias para eleições, partidos pedem para população não deixar de votar e apostam no voto útil para tirar o país do impasse

Internacional|Da EFE

Sanchez se recusa a formar aliança com PP
Sanchez se recusa a formar aliança com PP

O presidente interino do governo da Espanha, Pedro Sánchez, que lidera o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), negou nesta sexta-feira (1) a hipótese de formar uma grande coalizão com o Partido Popular (PP), principal legenda de oposição no país.

Faltando um pouco mais de uma semana para as novas eleições, marcadas para ocorrer no dia 10 de novembro, os candidatos insistem em pedir para que a população que não deixe de ir às urnas e apostam na estratégia do voto útil para tirar o país do impasse que impediu Sánchez de formar um novo governo após o pleito de abril.

Segundo a maior parte das pesquisas, o possível acordo pós-eleitoral das duas principais forças políticas da Espanha poderia afastar a crise. No entanto, Sánchez descartou a hipótese hoje e enviou uma mensagem de tranquilidade ao eleitor mais progressista do partido.

"Não vamos fazer nenhuma grande coalizão com o PP", destacou o atual presidente interino de governo em um comício no norte do país.


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Para Sánchez, o bloqueio político é o principal problema da Espanha hoje, causado, segundo ele, pelos demais partidos. O alvo das críticas, porém, era o líder da coalizão Unidas Podemos, Pablo Iglesias, que não topou uma aliança com o PSOE na última tentativa de formar governo no país.

Sánchez venceu em abril com maioria simples, conquistando 123 das 350 cadeiras do Congresso de Deputados, mas não conseguiu obter o apoio da Unidas Podemos, que elegeu 42 parlamentares, para seguir no poder.


A oposição também não tinha os votos necessários para eleger um novo presidente de governo. O Partido Popular ficou com 66, número pouco superior às 57 cadeiras conquistadas pelo Ciudadanos.

Os dois partidos também não toparam se abster na votação de posse de Sánchez para um novo mandato de quatro anos.


Bloqueio à direita

Está será a quarta eleição parlamentar na Espanha em quatro anos, uma prova da instabilidade política de governos frágeis, crise que começou ainda quando o país era governado por Mariano Rajoy, do PP.

De acordo com as pesquisas, o PSOE deve vencer mais uma vez em 10 de novembro. A margem de vitória deve ser similar, o que obrigaria Sánchez negociar mais uma vez com as demais forças políticas. Para piorar, o parlamento deve estar ainda mais fragmentado.

"Bloqueio de todos, governo de ninguém", criticou hoje Sánchez, que tenta convencer os espanhóis que só o voto no PSOE pode destravar a situação.

Diante do risco de o país ter que realizar uma nova eleição, uma forma de resolver o impasse seria um acordo entre PSOE e PP, que deve se recuperar do péssimo desempenho do último pleito e ter perto de 100 deputados.

O líder do PP, Pablo Casado, reagiu à recusa de Sánchez a uma possível aliança entre os dois partidos opositores. Para ele, o presidente interino de governo quer, na realidade, voltar a governar com a Unidas Podemos e com os independentistas da Catalunha e do País Basco.

Casado repetiu a estratégia do rival de pedir o voto útil aos espanhóis, que, segundo ele, não querem separatistas mandando na Espanha. Para o líder do PP, o partido é a única alternativa a um governo dos socialistas.

Na ponta mais extrema do espectro direitista, o partido Vox, que chegou ao parlamento da Espanha pela primeira vez na última eleição e cresce nas pesquisas, já descartou qualquer possibilidade de diálogo com Sánchez.

Bloqueio à esquerda

Sobre a possibilidade de uma grande aliança de esquerda, Iglesias disse hoje que cada voto recebido pela Unidas Podemos nas eleições gerais será um "mandato sagrado" para ser parte do governo da Espanha e mudar o país.

Formar um governo de coalizão foi a condição inegociável que Iglesias impôs a Sánchez para apoiá-lo como presidente do governo depois da eleição de abril, mas as negociações fracassaram.

"Não daremos votos grátis aos socialistas", afirmou o líder da Unidas Podemos em um ato de campanha em Palma.

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