Sanções dos EUA agravaram calamidades na Venezuela, diz ONU
Relatora afirma que punições unilaterais por parte dos EUA pioraram problemas e crises que já existiam no país antes
Internacional|Da EFE
A relatora especial da ONU sobre o impacto negativo das medidas coercitivas unilaterais nos direitos humanos, Alena Douhan, afirmou nesta sexta-feira que as sanções aplicadas pelos Estados Unidos à Venezuela exacerbaram as calamidades no país sul-americano.
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"As sanções impostas, cada vez mais, pelos EUA exacerbaram as calamidades anteriormente relatadas", disse a relatora na primeira e única declaração pública, após uma visita de 12 dias à Venezuela.
Diante de dezenas de jornalistas em Caracas, Douhan analisou o registro das reuniões que realizou durante a estadia no país, que incluiu reuniões com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e cerca de 50 outras pessoas.
"Reconheço o efeito devastador das sanções sobre os direitos humanos, como a alimentação, a vida, a educação", continuou a relatora, insistindo que as restrições dos últimos anos agravaram a crise na Venezuela, embora não tenha dito que elas causaram esta situação, como argumenta o governo de Nicolás Maduro.
Efeitos da crise
Entre esses efeitos devastadores relatados está o fato de o salário mínimo recebido pela maioria da população ser inferior a US$ 10 (cerca de R$ 53), o que fez com que entre 1 milhão e 5 milhões de venezuelanos deixassem o país desde 2015.
As sanções também apertaram o cerco financeiro, uma vez que vários representantes do governo têm restrições para representar os interesses da Venezuela no exterior, enquanto a principal indústria do país, a petroleira PDVSA, tem tido problemas para fazer negócios desde 2017.
Por esta razão, a relatora instou os países a suspenderem as sanções aplicadas à Venezuela, especialmente Estados Unidos, Portugal e Reino Unido, países que congelaram US$ 6 bilhões (cerca de R$ 32 bilhões) que, de acordo com o estudo, o país necessita para ter acesso a alimentos e medicamentos.