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'Se ficássemos mais um dia, provavelmente teríamos morrido', diz ucraniana que vivia em Bucha

A jovem Mariia Hnatiuk precisou deixar a região próxima de Kiev para fugir da brutalidade comandada pelo exército russo

Internacional|Lucas Ferreira, do R7


Construções foram destruídas em Bucha
Construções foram destruídas em Bucha

A cidade de Bucha virou o centro dos noticiários internacionais sobre a guerra da Ucrânia na última semana. Os corpos de centenas de pessoas espalhados pelas ruas da cidade mostraram a brutalidade com que civis foram assassinados. As autoridades ucranianas afirmam que as tropas inimigas de ter cometido a ação na cidade, mas a Rússia nega que seja responsável. 

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, acusa a Rússia de genocídio após a descoberta dos corpos em Bucha. "Vocês estão aqui hoje e veem o que aconteceu. Sabemos que milhares de pessoas foram assassinadas e torturadas", afirmou Zelenski.

Em meio às trocas de acusação entre Kiev e Moscou, estão os civis, bombardeados diariamente em diferentes regiões do país e que precisam fugir para sobreviver.

Este é o caso da jovem Mariia Hnatiuk, que morava na área de Bucha. A adolescente e toda sua família fugiram da cidade após ver o poderio dos bombardeios russos.

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“Nós não iríamos fugir até que vimos uma casa pegando fogo em frente aos nossos olhos. Meus pais fizeram isso por mim e pela minha irmã. Se ficássemos mais um dia, provavelmente estaríamos mortos”, conta Mariia ao R7.

De acordo com a jovem, a casa dela foi parcialmente destruída por um ataque das forças armadas de Moscou. A imprensa local, inclusive, divulgou fotos da casa dela com um morto dentro. “Aquela pessoa só estava procurando abrigo”, lamenta.

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O voluntário Andrii Kyreia está ajudando os ucranianos com o transporte de alimentos para áreas arrasadas pela guerra. Segundo ele, era possível ver corpos em diferentes partes de Bucha.

“A primeira coisa que vimos foi equipamentos militares incendiados, casas destruídas, carros de civis alvejados, até mesmo com placas de “crianças”. Vimos corpos em diferentes partes da cidade”, relata Kyreia ao site.

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Olha Burdeina é amiga de Mariia e, apesar de não viver em Bucha, tem parentes que moravam na região e precisaram deixar a cidade com o cerco russo. Ela destaca que os episódios de Bucha acontecem por toda a Ucrânia e classifica as ações russas como “genocídio”.

“Está acontecendo em Bucha. Além disso, estas mesmas ações são vistas em muitas outras cidades da Ucrânia. Este é o real genocídio de ucranianos”, conta Burdeina.

“Fotos não mostram tudo”

Corpos foram encontrados por toda a cidade de Bucha e região
Corpos foram encontrados por toda a cidade de Bucha e região

Fotografias de corpos espalhados pelas ruas de Bucha, alguns parcialmente queimados, chocaram o mundo. Entretanto, para Hnatiuk, isso não mostra tudo que aconteceu na cidade.

“Menores de idade foram estuprados. Pessoas foram baleadas no meio da rua. Isto tudo é real e eu percebi isso quando o cadáver de um civil foi retirado do meu sótão. Ele foi baleado na cabeça!”

A procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, afirmou no último dia 3 que pelo menos 410 corpos foram encontrados na região de Bucha. As horas seguintes foram marcadas por dezenas de carros retirando os cadáveres das ruas, em um cenário revelado ao mundo após o recuo das tropas russas da área próxima a Kiev.

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“Foi difícil de entender que um genocídio está acontecendo no século 21, no século das negociações, interdependência e manutenção da paz. [...] Os ucranianos nunca esquecerão isso”, diz Burdeina.

Tanto Hnatiuk, quanto Kyreia e Burdeina contam que os ucranianos esperam ajuda do Ocidente com armas, doações e ajudas humanitárias para aqueles que decidiram ficar no país.

“Nós podemos fazer tudo por nós mesmos, apenas precisamos de armas. De toda forma, o apoio também é uma parte importante. Nós agradecemos”, conclui Hnatiuk.

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