Secretário do Sri Lanka renuncia após falha de segurança em ataques
Hemasiri Fernando, terceiro no comando do departamento de Defesa, disse que 'cumpriu com seu dever'. Atentados deixaram mais de 300 mortos
Internacional|Da EFE
O secretário de Defesa do Sri Lanka, Hemasiri Fernando, renunciou nesta quinta-feira (25) a seu cargo depois que veio à tona a informação de que os órgãos de segurança do país receberam informações com antecedência sobre a série de atentados no Domingo de Páscoa, no qual morreram 359 pessoas.
Fernando afirmou em sua carta de renúncia que, como secretário de Defesa, tinha divulgado "sistematicamente as informações de inteligência recebidas sobre os ataques aos funcionários e departamentos competentes", e que cumpriu com seu "dever".
"No entanto, alguns oficiais e departamentos-chave não agiram em consequência e, como resultado, tivemos que enfrentar esta situação. Vou renunciar para facilitar as investigações ao comitê encarregado", anunciou Fernando.
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O secretário de Defesa ocupa o terceiro posto na cadeia de comando deste departamento depois do presidente do país, Maithripala Sirisena, que possui também o cargo de ministro da Defesa, e do vice-ministro Ruwan Wijewardene.
A decisão de Fernando acontece depois que vários funcionários, entre eles Sirisena, revelaram que os chefes dos órgãos de inteligência receberam com adiantamento informações de países aliados sobre os atentados, mas não tomaram nenhuma atitude.
Wijewardene reconheceu ontem em entrevista coletiva para veículos de imprensa estrangeiros que houve uma "lacuna" dentro das equipes de inteligência do país que receberam informações sobre os ataques e que "decidiram" deliberadamente não repassá-las a Sirisena nem ao primeiro-ministro cingalês, Ranil Wickremesinghe.
Com isso, foram descumpridos os protocolos para levar as informações ao nível mais alto, razão pela qual as autoridades admitem que não agiram "oportunamente" em resposta aos ataques.
Uma fonte consultada pela Agência Efe garantiu que Sirisena pediu na quarta-feira a renúncia de Fernando e do inspetor-geral de polícia, Pujith Jayasundara.
A série de ataques ocorridos quase simultaneamente em três hotéis de luxo e três igrejas em Colombo e em outras cidades do país, foram cometidos por pelo menos nove suicidas com explosivos, a maioria deles pessoas "bem formadas" pertencentes à classe média-alta.
Horas depois, uma sétima explosão aconteceu em um pequeno hotel situado alguns quilômetros ao sul da capital, e a última em um complexo residencial, também em Colombo.
Desde então, as autoridades encontraram e desativaram vários artefatos explosivos em diversos lugares da cidade que acreditam que têm conexão com os ataques.