O ex-presidente de Cuba, Raúl Castro, completa 88 anos nesta segunda-feira (3), e embora esteja afastado da vida pública e do dia a dia do governo, ainda tem as rédeas políticas do país nas mãos como líder do Partido Comunista.
Castro passou a presidência ao pupilo Miguel Díaz-Canel em 19 de abril do ano passado e, desde então, limitou suas aparições públicas - que também não eram muitas enquanto foi presidente -, mas liderou atos de importância nacional como a promulgação da Constituição em abril e o Dia do Trabalho em maio.
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O general recebeu hoje várias mensagens através das redes sociais, entre elas do sucessor, do Ministério do Interior e de executivos de empresas estatais.
"Felicidades ao general do exército Raúl Castro Ruz. Revolucionário verdadeiro e patriota cubano. Sua coragem, lealdade, firmeza de princípios, honestidade, modéstia, consagração e exemplo nos inspiram. Nos ensinou no momento mais difícil que sim, é possível", escreveu Díaz-Canel no Twitter.
O jornal estatal "Granma", o principal do país, também publicou hoje um artigo intitulado "Não renunciaremos a nenhum de nossos princípios" no qual compila citações de vários discursos do ex-governante feitos entre 2016 e este ano.
Embora Raúl Castro tenha deixado a linha de frente na política há pouco mais de um ano, durante seu último discurso como presidente anunciou que permaneceria como primeiro-secretário do todo-poderoso Partido Comunista até 2021, quando também deve passar o cargo a Díaz-Canel.
Naquele mesmo dia, o novo presidente afirmou, no primeiro discurso já como governante, que Castro "liderou as decisões de maior transcendência para o presente e o futuro da nação".
Após deixar a presidência, a primeira tarefa do irmão mais novo de Fidel foi dirigir a reforma constitucional que terminou em abril com a promulgação de uma nova Carta Magna sem mudanças políticas significativas, mas que consolida a controlada - e para muitos ainda insuficiente - abertura econômica impulsionada durante sua década no poder.
Raúl Castro também recebeu visitantes de países aliados como Venezuela, Rússia, China, Vietnã e Coreia do Norte. O mais recente discurso público aconteceu em 10 de abril, durante a promulgação da nova Constituição na Assembleia Nacional, quando Castro pediu à população que se prepare para "a pior variante" da economia, reconhecendo assim a crise financeira que assola a ilha e que representa a mais grave da última década.
Afastado do dia a dia do governo, o general de 88 anos não escapa das especulações periódicas sobre sua saúde, embora em suas últimas aparições públicas tenha aparentado estar bem fisicamente.
A única preocupação recente confirmada de forma oficial é uma operação programada de hérnia à qual se submeteu em maio do ano passado e que foi divulgada aparentemente para justificar porque o dirigente não apareceu em público após o acidente aéreo ocorrido em Havana no qual morreram 112 pessoas, em sua maioria cubanos.